A tão esperada água no Sertão

Da Redação Da Redação -

Há décadas parte de brasileiros sofrem com a falta de água e isso é um alvo tanto de críticas quanto de promessas de campanha. O governo de FHC é criticado até hoje por conta da seca e consequentes problemas (relembrando que seca é algo da natureza, e a seca no Nordeste não foi originada pelo FHC). O Partido dos Trabalhadores e seus aliados criticavam duramente a falta de soluções apresentadas pelo governo do PSDB. Mas agora é o criticado da vez.

Quando Sarney, FHC e Lula foram presidente prometeram (tentar) resolver a crise. E este “compromisso” não foi prometido somente por eles, outros governantes disseram o mesmo. E cumpriram? Digamos o seguinte: todos iniciaram o processo de instalação de cisternas rurais e transposição das águas do rio São Francisco, concebido para melhorar a condição de vida de 12 milhões de habitantes do Polígono das Secas. Tudo isso voltado para áreas prejudicadas pela falta d’água. Mas como toda obra do governo que começa, para. E esta não foi exceção.

“Mas o Nordeste tem um potencial hídrico?”, muitos se perguntam.

A questão é que grande parte da água presente no Nordeste se encontra no subsolo. E para que haja uso da mesma deve-se haver extração, o que é feito facilmente com o bombeamento (poços artesianos e cisternas). Algo prático e organizado que sanaria todo este problema que tanto prejudica a tranquilidade da população e o desenvolvimento regional.

O Nordeste brasileiro possui o maior volume de água represado em regiões semi-áridas do mundo. São 37 bilhões de metro cúbicos, estocados em cerca de 70 mil represas. Faltam políticas públicas de distribuição que tragam consigo a responsabilidade de salvar o povo nordestino.

Contudo, todo este processo necessita de recursos para sua viabilização. E isto, infelizmente, a população não possui. E é neste ponto que entra a participação imprescindível do governo, tanto estaduais quanto federal para resolver o empasse. Mas isso não acontece.

Deveria-se ter recursos governamentais direcionados a projetos de extração, tratamento e distribuição da água, bem como a conscientização dos políticos neste fato. Mas muitos governantes e parlamentares são proprietários de “indústrias da seca”, espécies de empresas que se aproveitam da seca no Nordeste, e tem mercado envolvido e interligado com a questão hídrica.

Logo após este processo o Nordeste estaria com água disponibilizada para seguir rumo ao progresso.

A região possui enormes potencialidades, tanto na agricultura, quanto na indústria, serviços, turismo e transportes. Em algumas áreas que possuem plantações de uva irrigadas pelas águas do Rio São Francisco, por exemplo, os produtores colhem duas safras e meia por ano. Esta quantidade de safras ultrapassa regiões pioneiras no Brasil no plantio de uva, como o Rio Grande do Sul, onde a colheita é uma só, de janeiro à março.

Concluindo, se houvesse verdadeiro empenho do governo como um todo não veríamos uma região como o Nordeste sofrer mais com a falta de água. Mas isto é uma verdadeira utopia, não é mesmo?

João Gabriel Resende é estudante, colunista do Portal 6 e ativista da Rede Sustentabilidade. Escreve todos os sábados.

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