A cada estação, uma novidade de vida

Carlos Henrique Carlos Henrique -

Muitas são as mudanças que a vida nos propõe.

São estações, que assim como suas características essenciais, tem também seus percalços.

Se analisarmos nosso caminho existencial como as estações do ano, veremos a beleza de cada uma assim como seus desafios; e assim a vida vai aparecendo desnudando a realidade.

Alguns amam o verão e o sol que logo exibe sua majestade a cada amanhecer com seu calor escaldante.

Outros o outono que traz um calor mais ameno, e é o momento da colheita dos frutos que esperavam para logo surgir.

Tantos outros o inverno e seu friozinho que nos convida ao aconchego, chocolate quente agradável e ao recolhimento.

E a primavera? Ah… A primavera, a estação mais colorida do ano, enche nossos olhos com a exuberância as cores, perfumes e variedades de flores que desabrocham seus brotos exibindo sua beleza.

Mas apesar das preferências e de cada característica peculiar que nos atraem, existem fatores exteriores que faça com que cause estranheza a cada nova estação; pois as mudanças que acontecem a cada ano por conta das condições climáticas, nos confunde e nos traem, desviando nossa atenção do essencial.

Assim é com nossa vida. Podemos estar vivenciando a melhor das estações e subitamente ela nos surpreende com algo inesperado e que parece fora de propósito.  As experiências intercorrem em camadas diferentes da vida. Algumas vezes pode ser literal, mas o peso de perdas e ganhos acontece no âmbito da alma e do coração.

E assim é. O chão da existência exige sempre de nós posturas cada vez mais amadurecidas e um olhar menos vacilante e infantil.

Podemos e devemos manter em nós um coração puro, porém amadurecido para encarar seja qual for a circunstância que bater de frente com nossas expectativas, sem que percamos o compasso e venhamos desistir da caminhada.

Absorver toda a beleza e lição de cada estação, nos permitirá ser melhor sempre, independente da estação que estejamos experimentando, exalando nossa essência e perfume onde estiver sem perder nossa autenticidade.

A beleza da vida está em como saber viver e experimentar cada sensação. Nós estamos sujeitos a todas elas. A grande pergunta é: o que a gente faz com cada uma das estações? Transformamos-nos em algo melhor ou nos deformamos?

Digo isto, pois, podemos sair com “louvor”, saudáveis e doces de cada uma delas sendo melhores, ou, amargurados, cheios de inveja e arrogância.

Nossa existência é o resultado de tudo o que fazemos a nós e aos outros a partir do que nos acontece.

Resumindo é isso!

Podemos sentir o calor escaldante do sol que incomoda bastante a nos sufocar, mas mantendo em nós um bom olhar e admirar seu vigor. Podemos aguardar com expectativa e esperar que os frutos da nossa semeadura brotem, a despeito da chuva que teimou em faltar, pois de fato a semente sempre corresponderá ao cheiro das águas.

Podemos nos sentir incomodados com o frio exagerado que congela lá fora, mas ao passo que meu bom olhar irá me transportar ao aconchego do abraço e do calor de um cobertor quentinho. Podemos ficar entristecidos com a árvore que explodia em flores a cada primavera, mas por algum fator desastroso não lhe foi permitido florir e mostrar sua beleza.

E apesar de tudo isso, posso-me sentir realizada ao perceber que uma única flor do campo resistiu e a despeito da adversidade, floresceu, e que meus olhos tiveram o privilégio de contemplá-la perscrutando a beleza de seu único propósito ali.

Deniza L. Zucchetti é escritora nas horas vagas e mãe em período integral. Escreve todas as segundas-feiras.

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