Movimentações no cenário político de Anápolis

Da Redação Da Redação -

Conforme as semanas vão passando abre-se uma contagem regressiva para o início de 2016 e, com isto, também para o começo do calendário eleitoral visando as eleições municipais. Para não perder, agentes políticos, grupos e os partidos começam a negociar e demarcar posições. Com esta intensa movimentação, ainda que velada e discreta, os cenários vão se alternando com significativa velocidade.

Neste momento, há uma elevação do virtual prestígio do PMDB em detrimento da sinalização de uma intensa disputa interna no PSDB. A chegada de novos personagens em ambas agremiações acaba por ter diferentes reações internamente. O que é positivo em um grupo, é fato de complicação para outro.

No ninho tucano, o isolamento de Alexandre Baldy vai além da pouca ou nenhuma intimidade que ele possui com Anápolis. Com a colocação das candidaturas de dois nomes de peso na política de Anápolis, Onaide Santillo e Ridoval Chiareloto – ambos no PSDB – a tendência é que Baldy, ainda que com o aparato financeiro que ele mantém por perto, deve ficar escanteado. A estratégia de Baldy é muito mais movimentar politicamente em torno do seu nome que investir para demarcar posição e se tornar de fato candidato.

Independentemente de nomes específicos, a tendência é que o PSDB de Anápolis inicie 2016 devidamente rachado, sem saber qual rumo tomar no sentido de apoiar um projeto. Onaide carrega o lado mais tradicional da cidade, dos eleitores que a seguem desde o tempo de PMDB, enquanto que Ridoval aglomera o empresariado com um discurso de aposta nos projetos envolvendo a economia da cidade. A Baldy restaria ficar espremido entre dois gigantes sem nem mesmo um grupo formado na cidade, dada sua falta de proximidade.

Já no PMDB, a chegada do ex-vereador Sírio Miguel representa um toque de renovação. Não somente ele, cuja base é a imensa Jaiara, o maior colégio eleitoral da cidade, mas sua força como novidade se soma ainda com dois outros nomes: o empresário Samir Hajjar e o vereador, pecuarista e empresário Eli Rosa. Este, que é vereador, chegou a se declarar como pré-candidato a prefeito, criando uma saia-justa a ele mesmo tendo em vista que Rosa é da base do prefeito na Câmara.

Samir Hajjar, dada a alianças familiares, teria possiblidade de conseguir simpatia da presidenta Dilma. Ao mesmo tempo, sua relação de longo tempo com Marconi Perillo também facilitaria seu caminho na cidade, afinal, o governador não faria uma campanha agressiva contra o empresário nem mesmo permitiria que isto acontecesse.

Se houver uma união destes três nomes peemedebistas e um discurso de fato de unificação da legenda é possível que o PMDB crie uma nova atmosfera para as eleições do próximo ano. A partir disto, as possibilidades estão abertas e o grupo pode tentar um voo solo bancando uma candidatura própria ou negociar para entrar de forma decisiva numa composição com o PT do prefeito João Gomes. Neste caso, a indicação do vice seria natural e qualquer um destes três nomes poderia se encaixar neste projeto.

Fora destes dois partidos, a aposta do PSB em Frei Valdair, tendo ao seu lado já sem o mesmo prestígio eleitoral de eleições passadas o ex-deputado José Lopes pode também criar um espaço para a formação de uma terceira via. O mesmo pode-se dizer sobre o Solidariedade que tem à frente do super popular deputado Carlos Antônio. Por enquanto, política e financeiramente, Carlos está isolado, mas nada como uma boa rodada de reuniões e busca por apoio para tentar mudar este panorama. O deputado é ainda uma probabilidade distante, mas assim como tem acontecido em todas as legendas, tudo pode mudar em questão de semanas.

Ernani de Paula é empresário e ex-prefeito de Anápolis

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