Amor concreto

Com sorte, meu olhar afetuoso será pendurado e eternizado em algumas paredes por aí

Da Redação Da Redação -

Dia desses fui buscar a roupa de festa na lavanderia e vi um coração no asfalto da entrada daquele shopping de Anápolis.

Fiz a melhor foto que pude e mostrei ao meu amor. Ela gostou e eu já me via expondo em Berlim. E me desculpando, num inglês sofrível, pela falta de técnica que insiste em ser minha companheira fiel.

Algum entusiasta poderia perguntar: “Qual a técnica que você utiliza?”. E eu diria que fotografo guiado apenas pelo afeto.

Dai, caminharia errante, numa terra distante, por exposições e padarias, sempre comparando a luz de lá com a luz de cá.

Hoje mesmo, acordei de madrugada e alcancei uma biografia na sala. Lá dizia que meu herói da fotografia tinha a certeza de que fotografar é fazer uma pintura. Ou, como disse alguém que não me recordo: “É desenhar com a luz”.

Terei alguma felicidade na vida se puder ampliar minhas pinturas fotográficas e emoldurá-las nas paredes daqueles que carrego no peito.

É época de compras de Natal e esse consumo é mais do que positivo. Faz bem para a economia do país, garante empregos, famílias e sorrisos; e é um acalanto para a alma. Feliz da nação que consome em abundância…

Mas penso em selecionar algumas “pinturas” que fiz, emoldurá-las e entregar a quem amo; a quem me faz falta; a quem me ajudou a ser quem sou.

Com sorte, meu olhar afetuoso será pendurado e eternizado em algumas paredes por aí. Eis a minha exposição berlinense.

Rodolfo Torres é advogado (pós-graduando em Direito Tributário), jornalista e autor do livro Bob Fields Forever (coletânea de frases do parlamentar Roberto Campos). Escreve todas as sextas. E-mail: [email protected]

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