Acidentes por animais peçonhentos aumentam 40% no verão

Veja as principais recomendações do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás

Da Redação Da Redação -

Nos meses de verão (dezembro a março) há um aumento no número de acidentes por animais peçonhentos em relação aos demais meses do ano: cerca de 40% dos acidentes são registrados nessa época. As estratégias de atuação junto às populações expostas aos riscos de acidentes devem incluir noções de prevenção e medidas de atuação frente à ocorrência de acidentes.

A Médica Veterinária Veruska Castilho, membro da Comissão de Saúde Pública do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás (CRMV-GO) e gerente de Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde, do Centro de Informações Toxicológicas de Goiás (CIT-GO), aproveita o período para divulgar as recomendações da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

As recomendações são:

Principais cuidados a serem tomados para evitar acidentes com animais peçonhentos terrestres

– Em locais ou situações de risco para acidentes por animais peçonhentos (ex: florestas, matas, trilhas, áreas com acúmulo de lixos, atividades de lazer, de limpeza, serviços de jardinagem, entre outros), utilize sempre equipamentos de proteção individual (EPI);

– Caso o risco seja de contato com serpentes, use minimamente: luvas de couro, botas de cano alto e perneira;

– Caso o risco seja de contato com aracnídeos (escorpiões e aranhas) e outros insetos, use minimamente: sapatos fechados e luvas grossas;

– Olhe sempre com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer;

–  Não coloque as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário mexer nestes locais, é sugerido o uso de um pedaço de madeira, enxada etc;

– Não mexa em colmeias ou vespeiros. Caso esses estejam em áreas de risco de acidente, contate a autoridade local competente para a remoção;

– Inspecione roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes, antes de usá-los;

– Afaste camas e berços das paredes e evite pendurar roupas fora dos armários;

– Não deixe que lençóis ou cobertores sobre as camas e berços encostem no chão. Escorpião e aranhas podem utilizá-los como apoio para subir e se abrigar entre esses tecidos e travesseiros;

– Case encontre um animal peçonhento, afaste-se com cuidado e evite assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto, e procure a autoridade de saúde local para orientações.

Principais cuidados a serem tomados para evitar acidentes por animais aquáticos peçonhentos

– Em locais rochosos ou com pedras soltas, caminhe sempre com os pés protegidos por calçado firme, de solado antiderrapante (tênis ou sapatilha);

– Fique longe das áreas com grandes populações de ouriços-do-mar;

– Evite colocar as mãos desprotegidas em tocas ou sob rochas;

– Evite banhos em praias onde acontecem acidentes recentes por águas vivas e caravelas;

– Em rios e lagos, atenção com risco de ferimentos por arraias, bagres ou quaisquer outros animais aquáticos – perigosos conhecidos na região. Em áreas de reconhecida ocorrência de arraias, caso seja indispensável andar dentro da água, tatear o caminho com um pedaço de madeira e arrastar os pés no chão, cuidadosamente, ao caminhar;

– Em atividades de pesca, manuseie cuidadosamente os peixes durante sua retirada do anzol ou rede.

 Recomendações em caso de acidentes por animais peçonhentos

– Procure atendimento médico imediatamente;

– Se possível, e caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão (exceto em acidentes por águas-vivas ou caravelas), mantenha a vítima em repouso e com o membro acometido elevado até a chegada ao pronto-socorro;

– Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retire acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como: anéis, fitas amarradas e calçados apertados;

– Não amarre (=torniquete) o membro acometido e, muito menos, corte e/ou aplique qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada;

– Não ingira ou ofereça bebida alcoólica ao acidentado;

– Especificamente em casos de acidentes com águas-vivas e caravelas, primeiramente para alívio da dor inicial, use compressas geladas de água do mar (ou pacotes fechados de gelo –  “cold packs” – envoltos em panos, se disponível). Em seguida, realize a lavagem do local da lesão com ácido acético a 5% (Ex. vinagre), sem esfregar a região acometida, para evitar o aumento do envenenamento. É importante que não seja utilizada água doce para lavagem do local da lesão, nem para aplicação das compressas geladas, pois a água doce pode piorar o quadro de envenenamento;

– A remoção dos tentáculos aderidos à pele deve ser realizada de forma cuidadosa, preferencialmente com uso de pinça ou lâmina. Procure assistência médica para avaliação clínica do envenenamento e, se necessário, realização de tratamento complementar;

– Não tente “sugar com a boca” o veneno, essa ação apenas aumenta as chances de infecção no local;

– Informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal causador do acidente, como: tipo de animal, tamanho, entre outras coisas;

Os gestores públicos de saúde devem avaliar o estoque estratégico de antivenenos de áreas de risco para acidentes por animais peçonhentos, a fim de se planejar ações para prevenção de casos junto à população e garantir suporte soroterápico frente à necessidade de atendimento emergencial. Todo acidente por animal peçonhento deve ser notificado no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan).

Da Assessoria de Comunicação do CRMV-GO

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