“Queria ela aqui comigo”, diz mãe de transexual morta violentamente em Anápolis

Emanuelle Muniz Gomes, de 21 anos, foi morta a pedradas e encontrada nua na beirada de uma estrada de terra

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
(Foto: Reprodução)

A cena é desesperadora, mas narrada com riqueza de detalhes por dona Edna, mãe de Emanuelle Muniz Gomes, transexual brutalmente morta neste domingo (26), próximo a Churrascaria Catarinense, na saída para Brasília.

Rômulo Mateus Castanheira, de 21 anos, que assumiu sua transexualidade quando cursava a faculdade, estava junto com a mãe na porta da boate Terra Brasil, no Jardim América, quando um Pálio branco parou oferecendo carona. O carro arrancou com a jovem, deixando Edna desnorteada.

A Polícia Militar, em vão, tentou procurá-la em motéis da cidade. Já dona Edna, após registrar ocorrência na delegacia, saiu pela cidade e, sem querer, a encontrou. O carro em que a família estava furou o pneu. Caminhando pela estrada de terra, a mãe avistou dois corpos. Um, completamente nu e com a cabeça muito machucada por pedradas, era o da filha. O outro corpo, de um usuário de drogas, foi resgatado com vida pelo Samu e, segundo a polícia, não tem relação com o caso de Emanuelle.

Em um áudio ao qual a reportagem do Portal 6 teve acesso, dona Edna fala chorando sobre a dor insuportável que está sentido.

“Gente, que mundo é esse? Eu queria minha filha de volta. Nem que viesse faltando um braço, uma perna, eu queria ela aqui comigo agora”, lamentou.

A jovem foi sepultada nesta segunda-feira (27), no cemitério São Miguel, no Centro de Anápolis.

Homofobia

O Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da Polícia Civil investiga o caso e trabalha com a óbvia hipótese de crime por homofobia.

“Apesar de, a princípio, ser tratado como latrocínio, não descartamos qualquer outra hipótese. Inclusive, que tenha sido um homicídio motivado por ódio de gênero. Ela era uma transexual com traços femininos, tinha seios, mas ainda não tinha feito cirurgia de mudança de sexo. A gente ainda não sabe se eles sabiam ou não que ela era transexual e se isso foi um fator que motivou o sequestro e o crime”, disse ao G1, o delegado Cleiton Logo, titular da GIH.

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