Chanceler brasileiro defende maior cooperação econômica entre os Brics

Em comunicado conjunto, chanceleres condenaram os ataques terroristas no mundo, incluindo em alguns dos países do bloco

Da Agência Brasil Da Agência Brasil -

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, defendeu nesta segunda-feira (19), em Pequim, um aprofundamento da cooperação econômica entre os países que compõem o Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ele participou da reunião preparatória dos chanceleres do grupo das economias emergentes para a próxima cúpula do Brics, que ocorrerá em setembro na cidade chinesa de Xiamen.

“Eu me refiro a eliminarmos obstáculos que existem ainda ao livre comércio entre os nossos países, criarmos modalidades práticas de facilitação do comércio entre nós, e também, no que se refere a investimentos, caminharmos para regras que favoreçam os investimentos intra-Brics, de modo a termos uma maior integração produtiva dos nossos países”, disse.

Em relação aos novos desafios globais como terrorismo, tráfico de drogas e crimes financeiros transnacionais, Aloysio Nunes destacou que os países do Brics precisam aprofundar os mecanismos de cooperação, especialmente entre os órgãos de inteligência para o compartilhamento de informações relevantes.

Em comunicado conjunto, os chanceleres condenaram os ataques terroristas no mundo, incluindo em alguns dos países do bloco. No documento, eles reafirmaram a necessidade de a comunidade internacional estabelecer uma coalizão abrangente de contraterrorismo e de apoio ao papel central da Organização das Nações Unidas no combate ao terrorismo. “Eles [os ministros] relembram a responsabilidade de todos os Estados de prevenir o financiamento às redes terroristas e as ações terroristas dos seus territórios”, diz o texto.

Perguntado sobre questionamentos na imprensa internacional sobre o futuro do Brics, o chanceler chinês Wang Yi ressaltou que o grupo tem “vitalidade” e “grande potencial” para o desenvolvimento de longo prazo dos mercados emergentes. Segundo ele, projeções do Fundo Monetário Internacional indicam que os países do bloco contribuíram com 50% do crescimento mundial nos últimos dez anos.

Após a reunião, os chanceleres foram recebidos pelo presidente da China, Xi Jinping, no Palácio do Povo, na região central de Pequim. Segundo o líder chinês, o Brics entra na sua segunda “década de ouro” de cooperação e é fundamental para fazer frente a um cenário internacional permeado de complexidades em escala global.

Brics

Segundo o Itamaraty, a coordenação entre Brasil, Rússia, Índia e China começou de maneira informal em 2006, com reunião de trabalho à margem da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Em 2007, os países verificaram que o interesse em aprofundar o diálogo merecia a organização de reunião específica de chanceleres do então Bric – ainda sem a África do Sul, que ingressou no grupo em 2010.

A primeira reunião formal de chanceleres do Bric foi realizada em 2008, em Ecaterimburgo, na Rússia. Desde então, o acrônimo, formulado em 2001 pelo economista Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs, não mais se limitou a identificar quatro economias emergentes, passando o Brics a constituir uma nova entidade político-diplomática. Desde 2009, os chefes de Estado e de governo do grupo se encontram anualmente.

A 9ª Cúpula do Brics ocorrerá entre os dias 3 e 5 de setembro em Xiamen, cidade de 3,8 milhões de habitantes situada na província de Fujian, na Costa Sudeste da China.

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