Se aprovada, Lei anti-Uber pode tirar 600 motoristas do aplicativo em Anápolis

Maioria se associou ao serviço por estar desempregado ou para complementar renda. Senado vota nesta terça-feira (31) exigências que tornam os aplicativos tão burocráticos quanto o táxi

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -

A semana começou com motoristas da Uber de todo o Brasil parando em protesto ao Projeto de Lei Complementar 28/2017 que pode inviabilizar o funcionamento de transporte individual, via aplicativos, no Brasil.

Em Anápolis, o ato ocorreu pela manhã na Praça Dom Emanuel e reuniu cerca de 200 parceiros da empresa. Eles temem que, se aprovada a nova lei no Senado, as exigências acabarão tornando o serviço inviável em todo o território nacional.

“[Com o PLC] vamos ter de pagar as tarifas de táxi, mas sem ter os benefícios com isenção de IPVA e desconto para comprar carro novo [que os taxistas têm]”, argumenta Matheus, de 21 anos, motorista da Uber em Anápolis.

Embora a Uber não divulgue a quantidade de parceiros que a empresa tem por cidade, em Anápolis este número é estimado em 600 pelos próprios motoristas, que se organizam em grupos de WhatsApp. A maioria deles trabalham pelo menos 6h por dia. “Mas há aqueles que chegam a rodar diariamente até 12h”, conta Matheus.

Com desemprego em alta e a facilidade de fazer os próprios horários, a Uber se tornou um refúgio para quem precisa complementar a renda ou até mesmo sustentar a família com os rendimentos do aplicativo.

“É com isso aqui que eu estou conseguindo pagar as minhas contas. Estou desempregado há quase dois anos e minha esposa perdeu o emprego em fevereiro. Dias depois a Uber entrou na cidade e foi a minha salvação. Continuo procurando uma colocação. Não desisti, mas enquanto isso, sem a Uber, eu não sei como vou fazer lá em casa”, disse outro motorista, que preferiu não ser identificado na reportagem.

Nesta terça-feria (31) dezenas de motoristas de Anápolis, incluindo taxistas, pretendem ir à Brasília para pressionar os senadores durante a votação. O desfecho no Senado é considerado incerto e o pedido de urgência apreciado na semana passada pelos parlamentares pode ser um indicativo de aprovação do texto.

Mesmo que a maioria dos senadores votem contra às restrições aos aplicativos de transporte individual os motoristas, pelo menos em Anápolis, podem ter novos reveses. É que a Companhia Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT) pretende apresentar em breve à Câmara Municipal o texto para regulamentar a atividade.

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