Diretor e supervisor deixavam presos de Anápolis irem à festas, banco e usar ‘motel’

MP estima que eles tenham negociado mais de R$ 1 milhão em pagamento feito pelos presos

Da Redação Da Redação -

Deflagrada na madrugada desta terça-feira (21), a segunda fase da Operação Regalia prendeu o diretor e o supervisor do presídio de Anápolis. Eles cobravam propina para deixar os presos saírem para festas, traficarem drogas e até manterem um motel dentro da unidade.

Todo o esquema foi descoberto pelo Ministério Público do Goiás.

A prisão dos chefes do presídio está entre os cinco mandados de caráter temporário, que também foi expedido contra um agente e duas mulheres de presos.

Também foram cumpridos outros seis mandados de prisão preventiva contra os próprios presos que estavam envolvidos, além de sete conduções coercitivas de um agente, ex-agentes e pessoas internas ligadas ao esquema.

“Havia um verdadeiro escritório seguro do crime, tráfico de drogas, até homicídio a gente conseguiu levantar de um preso que, em tese, teria suicidado. É uma gama de pequenos crimes que se prolongaram por muito tempo e ultrapassaram todos os limites” disse o promotor de Justiça Thiago Galindo, coordenador da operação, em entrevista ao G1.

Sobre o motel, a promotoria explicou que o local funcionava em um anexo que deveria servir como depósito de materiais. Esse quarto foi fechado no último mês de março pela Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap).

“Segundo o relatório da própria Seap, tinha até um livro com o telefone das mulheres que seriam chamadas. Era como um quarto de motel mesmo, com bombom, frutas”, relatou o promotor.

(Foto: Divulgação/ MPGO)

Além dos benefícios, a investigação também mostra que muitos presos ficavam sem trabalhar e mesmo assim tinham os dias de pena descontados como se estivessem trabalhando. Também era negociado visitas para familiares e alguns detentos iam quase todos os dias em agências bancárias.

“A saída temporária só pode ser autorizada para visitar velório ou hospital, mas constatamos que era um método corriqueiro. Agentes até digitavam as senhas de presos”, detalhou Thiago Galindo.

Na sala do diretor da unidade foi encontrado também um caderno de registro de pagamentos dos presos e até cartões.

(Foto: Divulgação / MP-GO)

A estimativa é que o valor negociado chegou a ultrapassar R$ 1 milhão. Já nas celas foram encontrados centenas de celulares, armas brancas, drogas, balanças de precisão e mais de R$ 30 mil em espécie.

Os detidos durante a operação serão investigados por associação ao tráfico de drogas, associação criminosa, tráfico de drogas, corrupção ativa e passiva , ingresso de aparelhos celulares e homicídio.

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