Cuidado! Os ratos estão soltos…
Os ratos que recepcionaram João Vaccari Neto nesta última quinta-feira (9) em seu depoimento na CPI da Petrobrás foram apenas um presságio da sujeira que se estenderia ao longo de todas as respostas do tesoureiro sobre sua participação nos esquemas de corrupção da Petrobrás. Vaccari negou veementemente todas as acusações que lhe foram impostas e, apresentando uma hipocrisia sem precedentes, tentou nos alardear de que não tinha nenhum tipo de participação obscura nas negociações que envolveram o Partido dos Trabalhadores.
Infelizmente, os ratos não estão apenas no Congresso Nacional, mas as ratazanas bípedes da política brasileira estão em todos os lugares e agem de diversas maneiras como pragas famintas; não se preocupam com a resolutividade dos problemas sociais, mas suas atitudes e intenções são pautadas exclusivamente na conquista e permanência do poder saciando suas vaidades pessoais perversas e roendo a esperança de milhares de pessoas que ainda acreditam em um Brasil mais igualitário.
Em 2014 as eleições presidenciais credenciaram-se como o maior esgoto eleitoral de toda a história do Brasil. A campanha da presidente Dilma usou de artimanhas deploráveis do submundo da política e, através de um marketing selvagem e sangrento, conseguiu o seu objetivo; se reelegendo com base na mentira, na calúnia e na falta de caráter.
A forma como Dilma conseguiu sua vitória eleitoral está determinando a maneira como ela está governando. O vale-tudo eleitoral trouxe consequências profundas para o Governo e para a Sociedade. O governo Dilma mesmo com apenas 100 dias já enfrenta uma profunda crise política e se depara com uma sociedade fadigada que se sente ludibriada pelas contradições do que foi proposto e do que a realidade lhes apresenta. Esse cenário colabora para uma indigestão política que provoca vômitos de insatisfação, podendo ser facilmente percebidos nas manifestações de rua e nas pesquisas de aprovação do governo – que já registram os piores números em 26 anos.
A sociedade, por sua vez, amarga as consequências dos erros sequenciais do governo que estão gerando: inflação alta, cortes de investimento e instabilidade política. O governo procura saídas com ajustes radicais, ajustes que sempre trazem consequências em prejuízo aos mais pobres.
A rataria da política brasileira não se reclusa mais no escuro condômino da sua comodidade, mas age de maneira explícita e vexatória lançando engodos disfarçados para a sociedade, que na sua incapacidade de análise conjectural por vezes acaba sendo fisgada, contribuindo para alimentar e sustentar todo o ninho que está aí.
É necessário nos armar e espalhar “ratoeiras” da verdade. Ratoeiras que só são obtidas através do acesso à informação e da educação, que desmascaram as forças taxativas que querem decretar o que é certo e errado. A educação presenteia o ser humano com uma carta de liberdade intelectual, qualificando as escolhas representativas e contribuindo para o desenvolvimento de todos os setores da sociedade.
Mais do que nunca o cidadão precisa se desvencilhar de seus simulacros de percepção, exigindo de forma veemente que os ratos da velha política sumam para as suas tocas e não mais devorem o alimento da confiança e da ética na política, que hoje fazem tanta falta para o povo brasileiro.
Termino com uma frase já dita nesse mesmo contexto há anos atrás: “Ou a gente acaba com eles, ou eles acabam com o Brasil”.
Paulo Victor Bragança é estudante do 7º período de Publicidade e Propaganda e um dos coordenadores do Elo Estadual da Rede Sustentabilidade. Escreve todos os domingos. Antecipou sua coluna esta semana para não adiar o inadiável.