Rio de Janeiro tem 3 vezes mais casos de dengue do que em 2014
De janeiro até o dia 31 de março, o estado do Rio de Janeiro registrou 12.207 casos suspeitos de dengue com quatro mortes em Resende, na região do Médio Paraíba, sul do estado. Em igual período de 2014 tinham sido 3.654 casos e dois óbitos.
De acordo com o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES), Alexandre Chieppe, o número aumentou muito na comparação com o ano passado, que foi atipicamente baixo, mas está sob controle em relação aos anos anteriores.
“No ano de 2014, o Rio de Janeiro teve um dos anos com menor número de casos em toda a nossa série histórica, e veio logo depois de dois anos de transmissão bastante intensa pelo vírus dengue 4. Nós tivemos uma epidemia importante no ano de 2012, muito localizada no município do Rio de Janeiro, em 2013 uma transmissão no restante do estado e o ano de 2014 foi um ano relativamente tranquilo, com a taxa de incidência de dengue bastante baixa e ainda com a circulação do vírus 4”.
Segundo a SES, em 2011 houve no estado a transmissão do vírus 1 com 168.242l casos suspeitos de dengue e 140 óbitos. Em 2012 a circulação foi do vírus 4, com 184.123 casos e 41 mortes. Em 2013, foram 217.977 casos, com 60 óbitos, também do vírus 4, mesmo tipo identificado nos 7.819 casos suspeitos de 2014, com dez mortes confirmadas.
Chieppe explicou que em 2015 foi observada a reentrada do vírus 1 em algumas localidades, onde estão concentradas as transmissões. “É o vírus que está circulando no restante do país, em São Paulo, aqui do lado. Esse vírus a gente tinha ainda alguns bolsões de populações suscetíveis em alguns municípios. Essa transmissão está muito localizada nos municípios da região do Médio Paraíba, e no município de Angra dos Reis”.
A região do Médio Paraíba concentra 90% dos casos de dengue registrados no Rio de Janeiro este ano, sendo 60% do total no município de Resende. De acordo com o superintendente, a taxa de incidência hoje no estado é relativamente baixa e não caracteriza um processo epidêmico. “Está abaixo do limite máximo que se espera para essa época do ano. Entretanto a gente tem transmissão intensa localizada em alguns municípios com menor população. Na Região Metropolitana do estado, absolutamente nenhum município preocupa neste momento, todos com transmissão baixa de dengue”.
A incidência da dengue depende de vários fatores que, segundo Chieppe, favoreceram a diminuição em 2014 e este ano. “Nos últimos anos o estado do Rio de Janeiro tem conseguido uma redução importante no estudo que mede a presença do mosquito transmissor nas residências. A gente tem um vírus circulante que a população já tem imunidade, a gente teve um período de estiagem sem falta de água. Então as pessoas não precisaram armazenar água, como em outros estados, e com a estiagem houve a menor formação de criadouros”.
A SES alerta para a eminência da expansão da febre chikungunya no país, também transmitida pelo mosquito Aedes aegipt, mas que este ano ainda não teve registro de casos no Rio de Janeiro. “Então é hora de criar a cultura do controle do mosquito da dengue e cuidar da nossa casa, que ainda é a melhor estratégia de controle dessas doenças”, ressalta Chieppe.
Agência Brail