‘Se não fossem os militares, o Brasil seria uma grande Cuba hoje’, diz Wolney Martins

Ex-prefeito promete publicar ainda este ano as memórias sobre o legado de seu governo e os boicotes que sofreu do "grupo do Adhemar Santillo"

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
Ex-prefeito é chamado de “tocador de obras” pelos anapolinos. (Foto: Danilo Boaventura)

Convidado especial na estreia do programa Roda de Amigos, da Rádio Imprensa 1030 AM, o ex-prefeito de Anápolis Wolney Martins disse que teve sua segunda passagem pelo Executivo Municipal (1993-1997) boicotada “pelo grupo do Adhemar Santillo”, que tinha maioria na Câmara Municipal.

“Era uma oposição cega. Perdemos um centro fitoterápico, a fábrica de aviões e 18 km de canalização do Córrego das Antas [por conta deles]”. Sobre o mesmo período, Wolney lamenta ter deixado quatro folhas de pagamentos do funcionalismo em atraso. “Foi a grande mancha do meu governo”, reconheceu.

Sobre suas duas disputas ao legislativo local, em 2008 e 2012, em que ficou na suplência do PP, o ex-prefeito disse que ficou em casa e não fez campanha. “E ainda assim tive quase dois mil votos”, muito mais que muitos que conseguiram uma cadeira, como ressaltou.

Wolney ficou ternamente emocionado quando um ouvinte da vila São Joaquim lhe agradeceu por ter levado energia elétrica para o bairro Novo Paraíso, pejorativamente conhecido como “Morro do Cachimbo”, e duplicado a Avenida Pedro Ludovico, a principal da Região Sul de Anápolis, até o Cemitério Parque.

Atualmente com 79 anos, o ex-prefeito mantém os cabelos brancos e impressiona pela lucidez e sinceridade. Qualificou a Ditadura Militar no Brasil, ao qual chama apenas de “Regime”, como inevitável.

“Se não houvessem os presidentes militares o Brasil seria uma grande Cuba nos dias de hoje. Eles entregaram o governo com o país sendo a oitava economia do mundo”, pontuou.

Revelou ainda que guarda mágoa de seus sucessores, “especialmente os dos PT”, por retirarem as placas das “inúmeras obras” que deixou como legado na cidade. ‘Construí a rodoviária, o Centro Administrativo, o terminal urbano de Anápolis, o Cais Abadia Lopes, o viaduto Airton Senna e cadê meu nome?’, questionou.

Justamente por isso ele anunciou que vai terminar suas memórias e publicá-las em um livro “até o final do ano”. O objetivo, segundo ele, é narrar os problemas com os adversários, reviver seu governo e história política. “Vai estar tudo documentado”, garantiu.

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