Gomide corre o risco de ficar inelegível por causa de multa milionária

Ter renunciado à Prefeitura de Anápolis para disputar o Governo pode, literalmente, ter custado caro para o petista e o então vice que tucanou

Rafaella Soares Rafaella Soares -

A próxima terça-feira (20) pode ser de pesadelo para vereador Antônio Gomide (PT). É que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cobra do ex-prefeito de Anápolis uma multa por não ter declarado a procedência de R$ 1,4 milhão recebidos durante a campanha eleitoral de 2014, quando disputou o Governo de Goiás e terminou em quarto lugar.

Gomide teve como vice na chapa o então vereador por Goiânia Tayrone Di Martino, à época filiado ao Partido dos Trabalhadores. Porém, o companheiro saiu da chapa – e depois do partido – dias antes da eleição. Atualmente, Tayrone é uma das principais apostas do tucanato goiano para a Câmara dos Deputados.

Agora, tanto ele, quanto Gomide, que pretende pleitear uma cadeira na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), podem ficar de fora da eleição se não pagarem a multa milionária instituída pelo colegiado do TRE.

O processo, que começou com a prestação de contas ainda em 2014, se arrasta com recursos protelatórios por parte da defesa e hoje aguarda apenas a consideração de embargos declaratórios para a execução da decisão judicial.

Caso a defesa petista consiga emplacar os embargos na audiência de terça-feira (20), a ação pode se arrastar por mais alguns meses em que a Justiça terá de esclarecer pontos questionados pela defesa. Se não tiver êxito nesta estratégia, não restará outra alternativa senão pagar o dinheiro à União.

Com a palavra Antônio Gomide, ex-prefeito e candidato derrotado em 2014 para o Governo de Goiás

Sobre os questionamentos do TRE quanto à prestação de contas da eleição de 2014, cabe esclarecer que:

1. Esta é uma decisão de primeira instância, cabendo ainda novos recursos e novas ações onde a execução não transitou em julgado.

2. Quem fez, e faz, a arrecadação e o repasse de verbas para campanha é a direção do Partido dos Trabalhadores. É o partido quem faz o pagamento dos gastos, NÃO HAVENDO NENHUM depósito de dinheiro nas contas dos candidatos, de deputados a governador;

3. Quem presta contas são os responsáveis técnicos, como advogados e contadores, mediante orientação do diretório do Partido dos Trabalhadores e não os candidatos a qualquer cargo eletivo;

4. A prestação de contas das eleições de 2014 é alvo de questionamento de diversas outras candidaturas, tanto proporcionais quanto majoritárias, por conta das alterações promovidas no formato da prestação de contas;

5. Prova disto é que outros nomes da política goiana passam pelo mesmo questionamento. Marconi Perillo (PSDB) – então candidato a governador – foi instado a pagar R$ 1 milhão e Wilmar Rocha (PSD), então candidato ao Senado, a pagar R$ 2,85 milhões. Todos os casos são fruto do mesmo tipo de apuração realizada pelo TRE.

Com a palavra Tayrone Di Martino, ex-vereador e vice na chapa de Gomide

A Assessoria de Imprensa de Tayrone Di Martino informa que, com a saída do processo eleitoral na eleição de 2014 e posterior substituição do vice de Antônio Gomide, na época José do Carmo, a prestação de contas da campanha era de responsabilidade da chapa composta que concorreu ao pleito, conforme homologação da Justiça Eleitoral, ficando Tayrone isento de qualquer responsabilidade nesta prestação.

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