Suicídio de adolescentes em Goiás pode estar ligado a grupos de Facebook e WhatsApp

Participantes também recebem lista com desafios como automutilação e divulgação de fotos íntimas

Da Redação Da Redação -

Os relacionamentos virtuais mais uma vez se tornaram motivo de preocupação para os pais. É que a Polícia Civil de Goiás descobriu a existência de grupos online que tentam induzir o suicídio de adolescentes.

Ao menos cinco casos registrados teriam relação com esses grupos, que começaram a ser investigados no final de fevereiro, após a morte de dois meninos de 13 e 15 anos, em Goiânia.

Em mensagens extraídas de um grupo de WhatsApp, onde todos os telefones são de DDD 062, é possível ver os administradores oferecendo instrumentos para o ato, além de torcerem por mortes coletivas e fazerem provocações.

(Foto: Reprodução)

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A investigação ainda encontrou uma página no Facebook com mais de 18 mil curtidas, onde os seguidores recebem desafios, como a automutilação, que levam à morte.

Além disso, as meninas são induzidas a se fotografarem nuas, com o nome do grupo gravado em regiões íntimas. Também ganham destaque os que tiram fotos com o nome dos administradores escritos em uma plaquinha.

Responsável pela investigação, a delegada Sabrina Seles disse ao G1 que não há dúvidas de que, das cinco mortes, ao menos uma ocorreu por influência dessas comunidades.

Conforme a delegada, assim que os adolescentes começam a fazer parte do grupo, os administradores passam a especular detalhes sobre a vida pessoal de cada um.

“Perguntam sobre dificuldades de relacionamento, dificuldades com a família. Depois, usam isso contra esse menino: ‘você é um pobre, você é um nada, seu pai nem gosta de você. Você um dia vai morrer mesmo, por que não morre agora e acaba com o sofrimento antes’. É assim que funciona.”

Em uma publicação, o dono do grupo disse não ter envolvimento com as mortes e que se se trata de “humor e entretenimento virtual, onde 50% dos membros são depressivos e a maioria estão procurando diversão e novas amizades”.

A delegada, no entanto, orienta que os pais fiquem em alerta à forma que os filhos estão usando a internet.

Até o momento, a investigação já identificou quatro dos administradores, que têm idade entre 14 e 19 anos.

Caso fique comprovado o envolvimento com o crime, eles deverão responder por infracional análogo à induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. Por serem menores de idade, poderão pegar, no máximo, três anos de reclusão.

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