Com atrasos de salários e bolsas, UEG em Anápolis agoniza durante transição de governo

Crise financeira da instituição já afeta até mesmo a segurança de seus prédios na cidade

Rafaella Soares Rafaella Soares -

Na manhã desta quinta-feira (1º), os guardas que fazem a segurança da Universidade Estadual de Anápolis (UEG) nos campus do bairro Jundiaí e BR-153 chegaram ao extremo de fechar o prédio e impedir a entrada de estudantes.

A atitude, reconhecem os profissionais, foi um ato de desespero para chamar atenção sobre seus salários, que estão atrasados há dois meses.

Esse é apenas um dos sintomas que denunciam a grave crise financeira pela qual a UEG passa e que afeta integralmente as responsabilidades da instituição, como a prestação de serviços básicos de assistência estudantil que auxilia atualmente 1.375 alunos.

As bolsas já estavam em atraso há cerca de três meses. O pagamento referente ao mês de agosto foi realizado na quinta-feira (31). No entanto, não há previsão de quando serão pagos os valores de setembro de outubro.

“A faculdade está um caos. Não tem verba nem para material. Estamos respondendo prova em folha Chamex, pois não tem folha com pauta para responder prova. Quando chove, chove dentro da faculdade. Muitos dependem das bolsas para pagar xerox, almoço, aluguel e até transporte. Eu mesmo já deixei de almoçar porque não tinha um centavo”, contou um estudante de engenharia agrícola ao Portal 6.

Uma das principais preocupações dos graduandos e pesquisadores é que a transição de governo faça os débitos serem esquecidos e que a crise se torne tão insustentável ao ponto de afetar drasticamente o ensino. A falta de materiais didáticos e problemas estruturais já apontam para esse caminho.

“Os laboratórios de ensino, que são básicos, tem atividades comprometidas por falta de coisas simples, como reagentes químicos. As vezes o professor precisa tirar do próprio bolso para comprar material, uma vidraria, um reagente que seja, apenas para conseguir dar a aula”, relatou um graduando em Química.

A UEG não nega a situação, lamenta os atrasos e diz que uma “gestão está sendo feita com a Secretaria Estadual de Fazenda” para que os recursos sejam liberados.

Para manter o funcionamento, a universidade diz promover uma contingência de despesas. Também se desresponsabiliza sobre os salários dos vigias, pois “não é a responsável direta pelo pagamento dos vigilantes, mas, sim, a empresa terceirizada contratada para prestar serviços”.

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