O humilhante revés pelo qual passa a Ricardo Eletro com decisão de juiz em Goiás

Situação da rede, que revolucionou comerciais de TV com promoções apelativas, pode afetar lojas de Anápolis

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -

Em 2007 as tradicionais Lojas Mig de Goiás eram compradas por uma ascendente Ricardo Eletro, de Minas Gerais, que revolucionava as vendas de eletrodomésticos com apelativos comerciais de TV destacando que o ‘dono enlouqueceu’ e mandou ‘derrubar os preços para zerar o estoque’.

Patrocínios em grandes programas de TV, como o Caldeirão do Huck, da Rede Globo, denotavam que a empresa seguia em franca expansão no mercado e se aproximava da líder e histórica Casas Bahia. Só que não.

Em agosto deste ano a varejista mineira pediu recuperação extrajudicial por dever R$ 2,5 bilhões na praça. A notícia surpreendeu o grande público, mas não o mercado, que anos antes já dava como certa a insolvência da Ricardo Eletro por ‘estripulias’ na irresponsável expansão.

A situação caótica nas contas da Ricardo Eletro ganhou um novo capítulo em novembro com a decisão do juiz da 1ª Vara Cível de Aparecida de Goiânia, Jonir Leal de Souza, emitindo ordem de despejo para que a rede entregue a loja do Buriti Shopping, em Aparecida de Goiânia.

A empresa não paga os aluguéis desde julho de 2017 e se recusa a deixar o centro comercial mesmo após seguidas decisões judiciais determinando a quitação dos débitos.

A última delas ocorreu em abril, antes do pedido recuperação judicial. Contudo, o juiz entendeu que a manobra – que é legal –  não suspende a ordem de desocupação determinada anteriormente.

“Ocorreria flagrante violação ao direito fundamental de propriedade da locadora a manutenção da posse direita do locatário no imóvel, sem pagamentos, até o deslinde do processo concursal”, frisou o magistrado na decisão.

A ordem para a retirada de todos os móveis e eletrodomésticos do local, em exibição ou no estoque, é imediata e não cabe mais recursos.

Como decisões judiciais influenciam outros processos de mesma natureza, não se pode descartar que mais lojas que utilizam prédios alugados, como em Anápolis, terminem fechadas pelo mesmo motivo.

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