Novo coronavírus: funcionários que tiveram contato com médica começam a receber resultado dos exames

Solidão do isolamento e a distância dos filhos mantém agonia dos que ainda esperam saber se estão com a doença

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -

Ao menos três funcionários do Hospital de Queimaduras de Anápolis (HQA), que tiveram contato com médica anestesista Leila Cunha, de 69 anos, primeira paciente a testar positivo para o novo coronavírus na cidade, já receberam os resultados dos exames e descobriram que não contraíram a doença.

Essa informação foi confirmada ao Portal 6 nesta terça-feira (24) pelo médico Leonardo Rodrigues, diretor-técnico do HQA.

A reportagem apurou que as amostras foram colhidas e enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (LACEN-GO) entre a manhã e tarde de 17 de março, exatamente um dia após o resultado da anestesista ser anunciado pela Prefeitura de Anápolis.

O exame não teria sido exigido a todos os colaboradores que tiveram contato com a médica, somente dos que apresentaram algum sintoma em potencial para o Covid-19.

Os demais, como comentou Leonardo Rodrigues, foram apenas isolados em casa. Por recomendação da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), eles não retornarão imediatamente ao trabalho.

Alguns dos funcionários que ainda aguardam saber se estão com a doença toparam conversar com a reportagem sob condição de anonimato. Sem exceção, todos alegaram sofrer com a solidão do isolamento e a distância dos filhos.

“A Vigilância Epidemiológica liga todos os dias e diz que não tem outra alternativa a não ser esperar o resultado do laboratório, que a demora é porque estão atendendo todos os casos”, disse um deles.

Silêncio

Refém da entrega dos exames pelo LACEN-GO, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) se recusa a falar sobre o número total de pessoas que tiveram contato com a médica no HQA.

Nos perfis que mantém nas redes sociais, a pasta tenta justificar a falta de transparência alegando que está preservando a identidade dos pacientes e funcionários do hospital.

O Portal 6, no entanto, nunca requisitou os nomes dessas vítimas.

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