Dono de motel, coronel da reserva é preso acusado de matar funcionário em Marília (SP)

Segundo a Polícia Civil, o coronel era proprietário do motel e foi até o local para conversar com Daniel após descobrir o relacionamento deste com a sua mulher, que também é policial militar

Folhapress Folhapress -
Laudo indica que funcionário morto em motel de Marília foi baleado pelas costas por patrão; coronel aposentado da PM Dhaubian Braga Brauioto Barbosa — (Foto: Arquivo pessoal e Polícia Civil)

Um coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo foi preso em Marília (a 445 km da capital paulista) acusado de matar o funcionário de um motel na zona norte da cidade. Dhaubian Braga Brauioto Barbosa, 57, cumpre prisão temporária de 30 dias após confessar o crime contra o ajudante Daniel Ricardo da Silva, 37.

Segundo a Polícia Civil, o coronel era proprietário do motel e foi até o local para conversar com Daniel após descobrir o relacionamento deste com a sua mulher, que também é policial militar.

“Ele alega que descobriu o relacionamento e foi até o local para esperar a vítima e conversar”, disse o delegado seccional Wilson Carlos Frazão em entrevista à imprensa.

De acordo com a versão do acusado, Daniel, que morava no motel, esboçou sacar uma arma durante a conversa. O coronel da reserva afirma que, então, pegou a própria arma e atirou na vítima.

Uma das peças da investigação, o laudo necroscópico, no entanto, indica que o funcionário foi baleado pelas costas. Além disso, imagens gravadas por um câmera mostram que não houve discussão antes dos disparos.

Arsenais de armas foram encontrados pela polícia em imóveis ligados ao coronel da reserva, como um motel em Garça, na região de Marília. Pistolas, revólveres e munição fazem parte do armamento apreendido.

O crime aconteceu por volta das 6h do dia 31 de outubro. O coronel teria disparado três vezes e a vítima chegou a correr, mas caiu perto de um dos quartos do motel e não resistiu.

O coronel se entregou à Polícia Civil no dia 3 deste mês, confessou os tiros e afirmou ter agido em legítima defesa. Ele está no presídio Romão Gomes, em São Paulo.

Nas redes sociais, o coronel da reserva defende o AI-5, o mais radical decreto da ditadura militar, que abriu caminho para o aumento da repressão, com mortes e desaparecimentos de militantes da esquerda. Em postagem de março deste ano, ele prega o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

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