“É o momento de ajudar o meu estado, onde nasci e cresci”, diz Meirelles sobre candidatura ao Senado

Ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda afirmou que, se eleito, não pretende deixar o cargo

Pedro Hara Pedro Hara -
Henrique Meirelles desistiu de ser candidato. (Foto: Sergio Dutti)

O convidado do Portal 6 Entrevista desta quinta-feira (11) foi o ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD).

Pré-candidato ao Senado, Meirelles não é um nome conhecido apenas em Goiás, mas no Brasil e também no mundo, onde trabalhou no Banco de Boston por quase três décadas.

O desejo de pleitear uma vaga no Senado também é um retorno às origens. Natural de Anápolis, ele foi eleito deputado federal em 2002, mas logo se licenciou do cargo para ser presidente do Banco Central na gestão do ex-presidente Lula (PT).

Agora, de volta à disputa para cargos eletivos, Meirelles afirmou que não se interessa mais por cargos executivos e que o momento é de colocar a experiência dele a serviço de Goiás e do Brasil.

“Eu não tenho nenhum interesse em exercer cargos no executivo. Eu já exerci isso a vida inteira”, afirmou.

No Senado, Meirelles acredita que conseguiria ajudar a tocar as reformas importantes – como tributária e administrativa.

“Eu tomei a decisão de exercer um mandato de senador caso eleito e ter uma atividade parlamentar porque eu acho que o mais importante para o Brasil são a aprovação das reformas fundamentais e eu posso ajudar no Senado com todo o conhecimento que eu possuo. Eu tenho a convicção de que ajudar Goiás e o Brasil hoje é exercendo o cargo de senador caso eleito por Goiás. Essa é a forma mais eficiente e produtiva de fazer hoje. Eu já tomei essa decisão e minha decisão é exercer este mandato porque hoje é onde eu posso fazer a maior diferença para o país. A decisão está tomada e eu vou cumprir como sempre fiz”, prometeu.

PEC dos Precatórios

Com vasta experiência no mercado financeiro, Meirelles foi indagado sobre o assunto que vem tomando conta do noticiário político nos últimos dias: a PEC dos Precatórios.

Na visão dele, a ação é temerária, pois gera prejuízos econômicos para toda a população.

“Ela [a PEC] muda a maneira de calcular o teto para gastar mais e ela adia o pagamento de uma parte dos precatórios. Seria a mesma coisa daquela frase antiga: ‘devo não nego, pago quando puder’. Então, isso aconteceria com os precatórios caso seja aprovada. O governo tem o compromisso de pagar, porém, paga só a metade e quem tiver dívidas a receber vai esperar mais alguns anos. Tudo isso gera um prejuízo para a economia. O dólar subiu, a inflação subiu e a população tem dificuldades para comprar. O preço de tudo subiu”, pontuou.

Meirelles também apontou o que poderia ser feito para bancar o Auxílio Brasil sem a necessidade de aumentar gastos. Para isso, usou o exemplo pessoal do que fez em São Paulo, onde é secretário da Fazenda e de Planejamento.

“A primeira coisa que precisa questionar é se precisa gastar mais. Tem que cortar despesas para gastar mais, basta fazer uma reforma administrativa bem feita, cortar essa máquina pública gigantesca. Na reforma administrativa de São Paulo nós fizemos isso, São Paulo tá com R$ 50 bilhões em caixa, pois cortou o custo sem precisar dar a volta no teto. Basta cortar as despesas, faz uma reforma bem feita e faz o auxílio e outras despesas que sejam necessárias”, propôs.

Assista a entrevista na íntegra

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