Professora é chamada à delegacia após ser denunciada por ensinar ‘esquerdismo’ aos alunos

Educadora chegou a ser hospitalizada depois de depoimento pela acusação

Gabriella Licia Gabriella Licia -
Colégio Estadual Thales de Azevedo, na Bahia. (Foto: Reprodução)

Uma professora de filosofia do Colégio Estadual Thales de Azevedo, localizado em Salvador (BA), precisou comparecer à Delegacia de Repressão a Crimes contra Crianças e Adolescentes (Dercca) após ser intimida para depor.

O motivo? Segundo os relatos de uma aluna da escola, a profissional estaria pregando ‘ideologias esquerdistas e feministas’, contrariando os pensamentos da garota.

Além disso, a menina ainda contou aos pais que estaria sendo excluída das atividades curriculares pelo posicionamento em relação aos assuntos.

Questões de gênero, racismo, assédio, machismo e diversidade estiveram entre os temas abordados em sala de aula.

A educadora, de acordo com a Associação dos Professores Licenciados do Brasil (APLB), ficou bastante ofendida e abalada, precisando ser encaminhada a um hospital.

A APLB ainda destacou que não foi a primeira vez que recebeu denúncias desta natureza, uma vez que outras mães já invadiram salas de aulas, alegando que os filhos estariam sendo doutrinados com pensamentos feministas e que isso seria inadmissível.

Em defesa da classe profissional, o colégio emitiu uma nota se posicionando contra todo tipo de interferência da grade curricular e ainda repudiou a denúncia feita.

“Fere a liberdade de cátedra e autonomia pedagógica, princípios constitucionais fundamentais”, destacou.

A unidade de ensino ressaltou que a medida também “viola o direito profissional e o respeito ao trabalho docente em disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº9.394) e do Plano Nacional de Educação (Lei nº13.005)”.

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