Surto de gripe em SP faz espera por atendimento médico durar até 6 horas

Com a chuva desta quarta, muitas pessoas se aglomeravam no interior da unidade, de acordo com funcionários

Folhapress Folhapress -
Na AMA Sorocabana, na Vila Romana (zona oeste de SP), a fila de espera por atendimento médico nesta quarta (15) chegava a seis horas (Foto: Rubens Cavallari/Folhapress)

Wesley Faraó Klimpel, de SP – O surto de gripe na cidade de São Paulo gerou filas de até seis horas por atendimento na rede municipal nesta quarta-feira (15). Segundo levantamento da reportagem, AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais) de todas as regiões da capital enfrentam demanda acima da média desde a semana passada.

O vírus influenza A H3N2, que circula na capital paulista, tem provocado aumento em atendimentos nos prontos-socorros e internações em hospitais públicos e privados.

Na AMA Boracea, na Barra Funda (centro), a média de atendimentos era de 140 por dia, mas, desde sábado, por causa da gripe, tem passado de duas centenas, chegando a 250 pessoas. Nesta terça (14), pacientes foram embora depois das 22 horas -a unidade fecha as portas às 19h.

Com a chuva desta quarta, muitas pessoas se aglomeravam no interior da unidade, de acordo com funcionários. A situação vai de encontro às orientações de especialistas de manter distanciamento em meio ao surto de gripe e também de coronavírus.

Na AMA Sorocabana, na Vila Romana (zona oeste), a fila de espera por atendimento médico nesta quarta chegou a seis horas. O aumento da demanda começou há uma semana, em meio ao crescimento do surto da gripe.

Na zona sul, funcionários das AMAs Jardim Miriam – Manoel Soares de Oliveira, na região de Cidade
Ademar, e Jardim Icaraí Quintana, na região do Grajaú, relataram fila de espera de cinco horas para atendimento. Na AMA Água Rasa, na zona leste, as pessoas aguardaram cerca de quatro horas.

Na AMA/UBS integrada Lauzane Paulista, na região do Mandaqui (zona norte), a demanda também foi grande nesta quarta, mas menor do que nas outras regiões, com cerca de duas horas de espera.

Outra unidade da rede municipal que viu a demanda crescer é a AMA Complexo Prates, no Bom Retiro (centro). Nesta quarta, segundo uma funcionária, houve uma trégua na procura a partir das 15h. O local, porém, teve bastante busca por profissionais da saúde durante a manhã.

Diante do longo tempo de espera, muitos funcionários da rede municipal têm orientado a escolha por unidades 24 horas. Outra sugestão é que, se possível, a pessoa se dirija à AMA mais próxima de sua casa logo cedo, e não no fim da tarde.

O Hospital Santa Marcelina, na região de Itaquera (zona leste), tem tido também filas de espera de cinco horas. O Hospital Santa Casa, em Higienópolis, por sua vez, não viu a demanda por atendimento médico aumentar. Ambos atendem pelo SUS.

Procurados por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo e o Hospital Santa Marcelina não responderam até a publicação desse texto.

Nesta quarta, a gestão Ricardo Nunes (MDB) informou que a rede municipal passará a fazer testes rápidos para identificar casos de Covid-19 em todos os pacientes com sintomas gripais que procurarem a rede municipal. De acordo com a pasta, a testagem será pelo método antígeno.

Nos primeiros 15 dias de dezembro, foram 91.882 atendimentos de pessoas com sintomas gripais, sendo 45.325 casos de suspeita de Covid-19, contra um total de 111.949 pacientes em todo o mês de novembro, sendo que 56.220 deles tinham suspeita de estarem com o novo coronavírus.

O número de pessoas com sintomas de gripe na rede municipal na primeira quinzena de dezembro representa 82% dos registros nos 30 dias de novembro.

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