Austrália vai ampliar sistema de mísseis contra atividade militar da China

Ministro da Defesa afirmou que o país vai investir cerca de R$ 12,2 bilhões para atualizar os armamentos

Folhapress Folhapress -
Peter Dutton (Foto: Flickr)

SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – A Austrália vai ampliar seu sistema defensivo de mísseis em resposta às atividades militares da China no oceano Pacífico. Segundo informou nesta quarta-feira (6) o ministro da Defesa Peter Dutton, o país vai investir US$ 2,6 bilhões (cerca de R$ 12,2 bilhões) para atualizar os armamentos.

O anúncio feito pelo governo australiano ocorre em meio à confirmação de que o país vai participar do desenvolvimento de mísseis hipersônicos com os Estados Unidos e o Reino Unido como parte do acordo de AUKUS.

Esse acordo foi assinado pelos três países no ano passado para construir submarinos movidos a energia nuclear para Camberra, capital australiana.

“Quando você vê o que está acontecendo na Ucrânia, quando você vê o potencial de conflito no Indo-Pacífico, isso é muito real para nós agora e precisamos ser realistas sobre como vamos impedir qualquer ato de agressão e para ajudar a manter a paz em nossa própria região”, disse Dutton em entrevista à emissora Sky News.

Um comunicado de imprensa do escritório de Dutton disse que Camberra aceleraria sua aquisição de mísseis para uso em seus caças e navios para proteger seus portos de abordagens marítimas.

“ESTAMOS FRANCAMENTE PREOCUPADOS”, DIZ MINISTRO

O ministro da Defesa australiano ainda afirmou que o país está “francamente muito preocupado” com a militarização chinesa das ilhas no Mar da China Meridional e o aumento da presença naval chinesa perto das águas japonesas no Mar da China Oriental.

“Não queremos ver nenhum bullying da China, não queremos ver nenhuma agressão a Taiwan”, disse ele, falando sobre a ilha democraticamente governada que a China reivindica como seu território soberano e prometeu recuperar o controle.

No mês passado, Dutton criticou um esboço de acordo de segurança chinês com as Ilhas Salomão, nordeste da Austrália, no Mar de Coral, por abrir a possibilidade de Pequim expandir sua presença militar na região. As Ilhas Salomão negaram que qualquer acordo levaria a uma base militar chinesa lá.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse hoje que Camberra e seus parceiros em Londres e Washington são os que alimentam as tensões na região.

“A parceria de segurança trilateral entre os Estados Unidos e a Austrália é um velho truque da camarilha anglo-saxônica, que não pode eliminar a mentalidade da Guerra Fria e a política do bloco, provocando confrontos militares e atirando facas nos outros”, disse o porta-voz Wang Wenbin.

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