Por que mesmo sendo internacional o Aeroporto de Goiânia só faz e recebe voos domésticos

Capital segue sem previsão para receber e propiciar partida direta de Goiânia para outros países

Emilly Viana Emilly Viana -
Aeroporto de Goiânia (Foto: Divulgação / Infraero)

Os voos comerciais internacionais ainda não são realidade na rotina do Aeroporto Santa Genoveva. O terminal da capital goiana foi internacionalizado há quase dois anos e, mesmo assim, sair da cidade com destino ao exterior só foi possível até hoje em raras ocasiões.

O decreto da União, publicado em agosto de 2020, permite que o Santa Genoveva receba voos de outros países em serviços públicos regulares e não regulares, incluído táxi aéreo e aviação geral.

A primeira vez que um avião que saiu do exterior pousou diretamente em solo goiano foi no dia 1º de outubro do mesmo ano, num voo fretado da delegação do Santos Futebol Clube. A equipe paulista saiu de Assunção, no Paraguai, e foi direto para um jogo em Goiânia. Desde então, a movimentação para o público internacional é basicamente inexistente.

Ao Portal 6, a Infraero, empresa que administrava o Santa Genoveva durante o processo de internacionalização, alegou que a implantação depende de estudos de mercado associados à estratégia comercial de cada empresa aérea, e não exclusivamente do operador aeroportuário.

“No entanto, a Infraero sempre atuou conjuntamente com o setor em prol do desenvolvimento da infraestrutura aeroportuária que possibilitasse novas rotas pelas empresas aéreas, inclusive internacionais”, comunicou em nota.

A empresa reforçou que, mesmo promovendo ações de fomento conjunto com os poderes públicos e representantes da economia da região, a decisão pela abertura de novas rotas é de cada companhia.

O terminal aeroportuário deixou de ser gerido pela Infraero em março deste ano, após a CCR Aeroportos conquistar a concessão por meio de leilão no valor de R$ 754 milhões.

Em nota, a empresa destaca que desde 2019 o aeroporto oferece toda a infraestrutura necessária para operar voos internacionais e, inclusive, já realiza voos charter comerciais e recebe, com frequência, voos internacionais da aviação geral e executiva.

A concessionária alega que a infraestrutura aeroportuária não é o único requisito para implantação de rotas internacionais comerciais. “Isso envolve, sobretudo, que a rota tenha demanda comprovada e preços atrativos para as companhias aéreas, que afinal são as que decidem”, informa no comunicado.

Por fim, a CCR reforça que busca promover e desenvolver parcerias junto às companhias aéreas.

O que dizem as empresas de aviação

Procurada pelo Portal 6, a LATAM informou que não tem previsão de realizar operações internacionais em Goiânia, mas segue atenta à recuperação da demanda. A empresa, contudo, não respondeu aos questionamentos sobre os motivos pelos quais não conseguiu viabilizar o serviço.

Azul e Gol também foram procuradas para responder sobre a falta de oferta de voos comerciais para outros países em Goiânia. Porém, ambas não retornaram até a conclusão desta publicação.

Incentivo fiscal

Em 2019, durante as tratativas para a operação internacional, o Governo Estadual também decretou a redução de 15% para 7% a alíquota do ICMS do querosene de aviação.

Como o produto representa até 40% dos custos de uma viagem de avião, o objetivo era dar competitividade para que as companhias de aviação atuassem em Goiás e aumentassem a quantidade de voos com embarque e desembarque no estado, principalmente empresas que realizam viagens internacionais.

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