Lula prevê piora da violência eleitoral, descarta ceder a intimidações e pede cautela

Diante de aumento de episódios, petista disse para que as pessoas não podem se deixar intimidar

Folhapress Folhapress -
Jantar Beneficente e de homenagem do Prerrogativas com Lula e Alckmin e advogados (Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)

CATIA SEABRA E VICTORIA AZEVEDO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recomendou cautela aos integrantes do conselho político de sua pré-campanha à Presidência diante do aumento de episódios de violência contra o PT.

Segundo participantes de reunião nesta segunda (11), Lula afirmou que a tendência é que esse quadro de violência piore ao longo da campanha eleitoral, mas que as pessoas não podem se deixar intimidar.

Ele disse ainda que haverá grandes atos em estados como São Paulo e Minas Gerais, e que não se deve responder às provocações com violência.

“Traduzindo o que Lula recomendou, vamos responder com flores”, diz o presidente da UGT, Ricardo Patah, que participou da reunião.

Segundo Raimundo Bonfim, que coordena a CMP (Central de Movimentos Populares), Lula afirmou várias vezes em sua fala o desejo de ir às ruas durante a campanha.

À imprensa, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse que o ex-presidente fez a avaliação de que isso é um fato novo e que “nunca tivemos uma situação dessas em campanhas políticas no Brasil”.

A deputada disse que é preciso haver um “contraponto institucional” e cobrou do Congresso e do TSE campanhas alertando sobre a violência política e a importância de haver uma eleição pacífica.

“É preciso ter normativos do TSE, protocolos sobre essa questão de segurança. Não pode uma campanha cercar a outra, agredir a outra, tem que ter um normativo. O TSE gosta de normatizar, pode fazer isso”, disse.

A parlamentar disse que os partidos da coligação ainda estudam como formular manifestação junto ao TSE para que Bolsonaro e até mesmo o seu partido, o PL, sejam responsabilizados. “Toda a vez que tiver uma frase gatilho do Bolsonaro para ativar um ato de violência ele ou o PL têm que responder por isso.”

Gleisi também fez um convite para que outros partidos e campanhas se juntem nessa iniciativa.
Ao ser questionada se o PT buscaria diálogo com a equipe de Bolsonaro, a parlamentar afirmou que isso seria “ridículo, porque a campanha dele que está fazendo todo o movimento de ódio”.

“Não vivíamos isso no processo eleitoral brasileiro. Isso é recente e tem nome e endereço. É o movimento que foi deflagrado por Jair Bolsonaro. O movimento do ódio, da eliminação”, afirmou.

Ela disse ainda que a campanha não se intimidará com esses casos. “Não vai ser essa violência bolsonarista que vai fazer a gente recuar. Vamos continuar firmes na campanha. A maior segurança que temos é colocar o povo na rua falando sobre o que está acontecendo na vida da população e sobre a necessidade de defender a democracia.”

Nota divulgada pela pré-campanha petista afirma que os partidos da coligação, em comum acordo, decidiram entrar com representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pedir à PGR (Procuradoria-Geral da República) a federalização da investigação do assassinato do político petista Marcelo Arruda, morto por um bolsonarista na noite de sábado (9) em Foz do Iguaçu, Paraná.

“Os presidentes dos partidos repudiaram a violência política e defenderam ampla mobilização de instituições e partidos comprometidos com a democracia em favor e contra a escalada da violência de forma a garantir uma disputa civilizada na campanha política”, diz o texto.

Gleisi também afirmou que o PT irá oferecer assistência jurídica aos familiares de Marcelo, destacando um advogado assistente para acompanhar o processo.

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