Aliados de Lula e Tebet pedem a Moraes medidas do TSE para pacificar eleições

Ofício entregue a ministro crítica falas de Bolsonaro a favor do uso de armas de fogo

Folhapress Folhapress -
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

JOSÉ MARQUES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Alexandre de Moraes recebeu nesta quarta-feira (13) partidos aliados dos pré-candidatos Lula (PT) e Simone Tebet (MDB) para discutir a escalada da violência política que culminou no assassinato do guarda municipal petista Marcelo de Arruda pelo policial penal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR).

Uma das agendas com Moraes foi solicitada por PT, PC do B, PSB, PV, PSOL, Solidariedade e Rede. As legendas apoiam a candidatura do ex-presidente Lula e vinham tentando agendar uma conversa com o ministro desde o assassinato de Arruda.

Eles pediram ao ministro que o TSE adote “as medidas administrativas cabíveis para a garantia da
segurança e da paz no processo eleitoral do ano de 2022”, em especial para “resguardar a integridade de eleitoras, eleitores, colaboradores da Justiça Eleitoral, autoridades públicas, candidatas e candidatos”.

Em ofício entregue a Moraes com críticas a falas de Bolsonaro a favor do uso de armas de fogo, afirmam que a violência é “um verdadeiro ativo político do presidente da República”.

Afirmam ainda ao ministro que “compete privativamente ao Tribunal Superior Eleitoral a requisição da força federal necessária para o cumprimento da lei e para garantir a votação e a apuração”.

Moraes é o vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e assumirá a presidência a partir de agosto. Até o próximo dia 17, ele está como presidente interino do tribunal devido ao recesso da Justiça do mês de julho.

Também estiveram com Moraes durante a tarde representantes a própria Simone Tebet e o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire.

A Moraes eles sugeriram um “pacto de não agressão” e apresentaram um “pacto pela paz”, mas também disseram em ofício que “quem busca impedir o exercício, inutilizar, alterar ou perturbar uma propaganda lícita deve responder penalmente”.

“Não há como saber se os que assim agem não compreendem o que é democracia ou, mais grave, compreendem e desejam erodi-la”, afirma o ofício.

No domingo (10), Moraes já havia se manifestado de forma crítica sobre o episódio em Foz do Iguaçu.

“A intolerância, a violência e o ódio são inimigos da Democracia e do desenvolvimento do Brasil. O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos 3 Poderes”, afirmou Moraes nas redes sociais.

O ataque contra Arruda aconteceu na noite de sábado (9), quando Guaranho invadiu a festa de aniversário de 50 anos do petista e o matou a tiros.

Durante a ação, o petista reagiu e efetuou disparos contra seu agressor.

Após o episódio, a ala política do governo e correligionários do centrão chegaram a pedir, sob reserva, um posicionamento mais firme do presidente Jair Bolsonaro (PL) com recados para uma pacificação.

Nesta terça (12), ao procurador-geral da República, Augusto Aras, representantes dos partidos que formam a coligação do ex-presidente Lula defenderam que o presidente Jair Bolsonaro seja investigado por crimes de violência política e abolição violenta do Estado democrático de Direito.

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