Goiás tem capacidade de movimentar R$ 24 bilhões em energia hidrelétrica

Levantamento é da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
(Foto: Divulgação/Tradener)

Com a maior capacidade hídrica do Centro-Oeste, Goiás carrega sozinha a possibilidade de implantação de 177 novas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs).

O levantamento é da Associação Brasileira de PCHs e CGHs Abrapch (Abrapch) esse incremento pode gerar 2.456 MW.  Na prática, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), essa geração de energia teria capacidade para atender 18,4 milhões de pessoas.

Para se ter ideia, enquanto a atividade tem potencial para movimentar R$ 50 bilhões em investimentos privados no Centro-Oeste, Goiás, sozinho, poderia abocanhar quase metade desse valor, R$ 24 bilhões.

Ao Portal 6, o presidente da Tradener, comercializadora independente de energia elétrica e gás natural, Walfrido Ávila, afirmou que vem apostando na capacidade do estado por meio da construção de PCHs.

O investidor, homenageado pelo Grupo Mídia e a Full Energy como uma das 100 pessoas mais influentes no setor de energia, já finalizou a construção de três usinas, a PCH Tamboril e PCH Gameleira, localizadas em Cristalina, e a PCH São Bartolomeu, em Luziânia. Agora, mais três estão em construção, uma no Rio São Bartolomeu e duas no Rio Corumbá.

A PCH Tamboril possui potência para 15,8 MW, que tem capacidade para atender 118 mil pessoas. Já a geração de energia da PCH Gameleira é de 14 MW e a expectativa para a PCH São Bartolomeu é de 12 MW, com ativação prevista para este ano.

“Goiás é o melhor lugar do Brasil para construir hidrelétricas. É o coração da chuva do país. Quando chove em Goiás, chove no Brasil inteiro, então é importantíssimo no setor de água”, destacou o engenheiro civil, que nasceu em Blumenau (SC) mas mora em Curitiba (PR).

A construção de uma PCH demora aproximadamente dois anos, sem considerar o período de conseguir licenças ambientais, que, para o engenheiro, é longo demais. Com um investimento de cerca de R$ 130 milhões, Walfrido explica que enquanto as usinas entram em atividade, o retorno financeiro só ocorre no período de 08 a 10 anos por conta dos impostos cobrados, que representam 30 a 40% do investimento.

“Se não fosse por isso, nada poderia competir com as usinas hidrelétricas do Brasil. A maior riqueza do país é a capacidade hídrica. Em Goiás, os processos são facilitados. Se o Brasil quiser crescer, tem que olhar para Goiás”.

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