Baixa representatividade feminina na Câmara Municipal de Anápolis tem origens culturais

Andreia Rezende, Cleide Hilário, Dra. Trícia, Seliane da SOS e Thaís Souza enfrentam desafios diários no Plenário

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Andreia Rezende (SD), Cleide Hilário (Republicanos), Seliane da SOS (MDB), Thaís Souza (PP) e a Dra. Trícia Barreto (MDB). (Foto: Montagem/ Ismael Vieira)

A política ainda é uma área a ser desbravada pelas anapolinas, uma prova disso é que dos 23 vereadores que ocupam cadeiras na Câmara Municipal de Anápolis, somente cinco são mulheres. Os motivos para a baixa representatividade feminina são os mais diversos, no entanto, um que se destaca é a própria cultura.

Andreia Rezende (SD), Cleide Hilário (Republicanos), Dra. Trícia (MDB), Seliane da SOS (MDB) e Thaís Souza (PP) enfrentam desafios diários no plenário, sendo que alguns deles são motivados pelo gênero.

Ao Portal 6, Seliane destacou que um dos principais embates é ter que lidar com o machismo existente no meio político. No entanto, também ressalta a necessidade das mulheres se unirem para lutarem juntas contra os problemas impostos.

“Eu vejo esse desafio de conviver em um cenário que ainda é muito machista e que as vezes também ainda há a desunião das mulheres. Nós não podemos trabalhar só o machismo, porque um desafio nosso aqui também é fazer com que as mulheres sejam unidas”, pontuou.

A vereadora também afirma que por conta dos desafios, muitas vezes falta coragem nas anapolinas de entrarem na disputa eleitoral. Todavia, até mesmo para defender os direitos femininos, aponta que é importante que a representatividade na política aumente cada vez mais e que as mulheres não se prendam a cargos menores.

Por outro lado, Cleide Hilário reforça que muitos desafios ocorrem antes mesmo de se tornarem parlamentares, tendo início ainda durante a fase de campanha.

“Encontramos muitos desafios durante a campanha. Muitas vezes nós somos criticadas, recebemos cantadas e não somos valorizadas. Falam que nosso lugar é em casa, que não é na política. Quando passa a fase de campanha, nós temos que garantir nosso espaço. Como é um meio ‘masculino’, a gente tem o desafio de alcançar o nosso lugar”, afirma.

Para além disso, a parlamentar comenta que mesmo que o cenário já tenha passado por uma evolução, como o próprio direito ao voto e de serem eleitas, as mulheres seguem sendo vistas como meios de cumprir as cotas.

Andreia Rezende complementa trazendo a discussão de que os desafios extrapolam o machismo do próprio meio, sendo também até mesmo uma falta de costume da própria sociedade com a presença feminina, fato este que exige que provem com frequência que são realmente capazes de exercer as tarefas na política.

Ela também destaca que o principal motivo que leva a baixa representatividade no plenário está ligado a própria cultura da sociedade, com tais espaços de destaque sendo construídos e ocupados historicamente por homens.

“A baixa representação da mulheres é cultural, historicamente a política e todos os espaços de decisão foram constituídos por homens e para homens, sendo que a mulheres adentrarem nesses espaços é um ato de revolução social, de mudança na ordem padrão de como a sociedade se organiza, portanto, somos poucas, mas se percebe que a sociedade está mudando”, aponta.

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