Sem ônibus e também sem comida: estudantes da UFG revelam problemas do novo campus em Aparecida de Goiânia

Comida acaba em menos de uma hora em um campus sem lanchonetes e onde o restaurante mais próximo fica a 10 minutos de carro

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
(Foto: Divulgação/UFG)

O campus recém-inaugurado da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Aparecida de Goiânia, tem sido alvo de diversas reclamações de alunos. Além da falta de linha e horários adequados de ônibus, estudantes relatam a falta de comida no Restaurante Universitário (RU), sendo que não há outras opções no local.

Alunos começaram a ficar sem almoço nesta segunda-feira (02), momento em que o campus passou a receber mais pessoas, de acordo com a estudante de engenharia de transportes, Juliana Pereira. Todos os dias desde então tem repetido o problema.

“A comida dura de 30 a 40 minutos”, afirmou, tempo este que atende, no máximo, 50 pessoas. Assim, para conseguir almoçar, é necessário chegar no local por volta das 11h, embora a maior parte dos estudantes tenham aula até às 11h40.

Ao Portal 6, o diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), Júlio Cesar Valandro, discordou da projeção feita pelos alunos. “No pior dia, pelo menos 80 pessoas fazem refeições”. No entanto, questionado, o representante não soube informar com precisão qual é a demanda e nem a projeção feita inicialmente.

Como não há outras opções de alimentação no campus, para não ficar com fome o restante do dia, aqueles com carro oferecem carona até restaurantes da região ao número máximo de pessoas possível, segundo a aluna Sarah Larissa Santos. Vale destacar que os locais mais próximos estão a aproximadamente 10 minutos de carro.

Em casos de não arrumar um motorista, aqueles que não levaram marmitas e lanches contam com o apoio de colegas para comerem. Neste cenário, alguns estudantes se organizaram e começaram a vender salgados.

De acordo com Sarah, a direção da UFG não só já foi notificada sobre a situação, como também passou pelo problema em primeira mão. “É engraçado, o próprio diretor da FCT ficou sem almoçar”. Desse modo, segundo o diretor, houve uma falha operacional no início da semana, resultando na subestimação da quantidade de alunos. Diante disso, o professor defende que a situação já se normalizou.

“Também estamos em processo licitatório para a abertura de lanchonetes. A previsão é de que tenha em janeiro ou fevereiro de 2024”, destacou Júlio.

Para além da falta de comida, outro problema enfrentado envolve a própria estrutura, visto que o RU foi montado de forma provisória. Enquanto uma construção abriga a cozinha, a instituição posicionou uma tenda para comportar as mesas. Porém, o local de aproximadamente 15m² não é capaz de oferecer assento para a maior parte dos alunos no horário do almoço.

“Geralmente, tem 300 pessoas almoçando lá, então funciona na base do revezamento. Estamos trabalhando com o mínimo para estar ali”, apontou o estudante de engenharia de materiais, Mateus Vieira Machado.

Quanto à estrutura, a previsão é de pequenas melhorias no próximo ano, como a adição de mesas e a montagem de uma nova tenda. No entanto, segundo o diretor, a construção do RU definitivo ainda aguarda recursos federais e, além disso, pode demandar um ano para ser finalizado. Portanto, a “fase de adaptação” do novo campus será a maior parte da graduação dos primeiros estudantes.

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