Padre Júlio diz que Moraes ligou para ele e ofereceu auxílio sobre CPI

Padre disse conhecer ministro desde quando ele era secretário da Justiça de São Paulo

Folhapress Folhapress -
***ARQUIVO*** BRASÍLIA, DF, 18.05.2022 – O ministro Alexandre de Moraes, do STF. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O padre Júlio Lancellotti disse ter recebido uma ligação do ministro do STF Alexandre de Moraes, que disse estar “coletando informações” sobre a possível CPI que miraria o religioso.

Ministro disse que está “juntando informações” sobre a possível CPI das ONGs. “Ele [Moraes] disse que está juntando todas as informações, e para isso, também ia conversar com o presidente da Câmara de São Paulo”, disse o padre Júlio em entrevista à CNN Brasil.

Moraes também teria oferecido ajuda ao religioso. “[Moraes disse que] manifestava apoio e solidariedade, e, naquilo que fosse necessário, que nós o acionássemos”, contou.

Padre Júlio disse conhecer o ministro desde quando Moraes era secretário da Justiça de São Paulo. Ele exerceu o cargo entre 2002 e 2005.

A reportagem entrou em contato com o STF questionando se há alguma ação institucional que investiga a proposta de CPI, ou se essa seria uma iniciativa pessoal do ministro. Quando a Corte responder, o texto será atualizado.

COMISSÃO INVESTIGARIA TRABALHO DO PADRE JÚLIO

Proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União), a ideia é apurar a ação de entidades que prestam assistência à população da Cracolândia, com o padre Júlio Lancellotti como principal alvo.

Rubinho Nunes disse já ter as assinaturas necessárias para protocolar a comissão quando a Câmara voltar aos trabalhos, em fevereiro. Com a repercussão negativa, alguns vereadores já disseram que irão retirar o apoio.

Padre Júlio é coordenador da Pastoral do Povo de Rua e trabalha há mais de 40 anos com a população desabrigada de São Paulo. Ele serve café da manhã, distribui roupas e livros para uma média de 900 pessoas por semana.

A capital paulista tem mais de 54 mil pessoas em situação de rua, segundo levantamento do ano passado do Observatório Nacional dos Direitos Humanos.

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