Saiba como funcionava esquema de venda de cargos via pix no Detran Goiás

Mensagens vazadas mostram negociações que chegam a R$ 900 mil pela 'troca de favores'

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Capturas de tela mostram as negociações de cargos no Detran Goiás. (Montagem: Reprodução)

Uma série de mensagens vazadas revelaram um suposto esquema de venda da cargos no Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO).

Conforme revelado pelo portal Metrópoles, nesta segunda-feira (11), as conversas teriam ocorrido entre um empresário de Brasília (DF) e Bruno Ornelas, advogado e atual representante do governo de Minas Gerais na capital federal.

Na época das mensagens, datadas de maio de 2022, o suspeito era coordenador político nacional do Podemos (PODE), partido o qual recebeu a administração do Detran por parte de Ronaldo Caiado (UB), em troca de apoio nas eleições de 2022.

Dessa forma, Bruno Ornelas teria pedido um pagamento de R$ 900 mil para que fosse nomeado uma pessoa indicada pelo empresário brasiliense para a gerência do Departamento de Tecnologia da Informação do órgão.

“Faz o Pix aí”, teria dito em um dos vários diálogos pressionando para que fosse realizado o pagamento.

Durante a conversa, o advogado ainda teria alegado que estava agindo a pedido do então candidato a deputado federal e colega de partido, Felipe Cortês.

“O Detran lá é nosso, mas o jogo é dele [Cortês]”, teria afirmado em uma das mensagens.

Os pagamentos seriam feitos para contas da esposa do candidato a deputado, Fabiola Prado, nomeada para o cargo de assessora especial no governo de Caiado. Empresas ligadas ao político também teriam recebido as transferências.

Diante da denúncia, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO) determinou a exoneração do advogado.

Em nota, o Detran-GO destacou que não iria se manifestar a respeito do ocorrido, visto que os fatos teriam ocorrido em outro mandato. Leia na íntegra:

Considerando que trata-se de fato referente a 2022, a atual gestão do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) exime-se de resposta, devendo a questão ser levada ao presidente à época. A atual gestão em total transparência e intolerância à corrupção, tendo afastado mais de 100 servidores e desbaratado quadrilhas sem a ação da polícia. Todas as ações são comunicadas à Polícia Civil e ao Controle Externo do Ministério Público do Estado de Goiás”.

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