Símbolos de Anápolis, pontos históricos conservam tradições mesmo se adaptando aos novos tempos
Alguns locais se tornaram verdadeiros santuários desse passado, mas também recebendo polos de compras e até práticas esportivas
Quem pensa que Anápolis não tem história, certamente não caminhou pelas ruas do Centro, onde diversos prédios demonstram passagens do passado da cidade. Entre vários estabelecimentos comerciais, alguns se destacam pelas construções em estilo colonial ou art déco, sejam conservadas em pontos tombados pela prefeitura ou transformadas em lojas.
Vale destacar certos pontos que se tornaram verdadeiros santuários desse passado, nos quais são mantidas tradições, praticados esportes, efetuadas visitas educativas e até vendidas uma grande variedade de mercadorias. Portanto, o Portal 6 resolveu visitar quatro pontos históricos de Anápolis e mostrar como eles estão atualmente.
Mercado Municipal Carlos de Pina
“De tudo que há no mundo tem na feira de Caruaru”, declamava Luís Gonzaga, o rei do Baião, lá em 1957, exaltando a variedade de coisas que se encontrava na feira de Caruaru. Em Anápolis, o local mais compatível com a descrição da música é o Mercado Municipal Carlos de Pina, também conhecido como Mercado Central, no Centro da cidade.
Reunindo dezenas de barracas, a estrutura conta com o telhado armado em madeira, conservado há décadas, e reúne desde verdureiros, restaurantes, tabacarias e raizeiros até salões de beleza, cafés, açougues e peixarias. Com uma variedade de encher os olhos, o local faz a diversão dos anapolinos com alguns tostões para gastar.
Com arquitetura em estilo Art Déco, foi construído na década de 1940, e liga as ruas 14 de julho e General Joaquim Inácio por dentro do quarteirão. No entanto, o Mercado Central foi inaugurado oficialmente em dezembro de 1951, e tombado como patrimônio histórico em 1984, pela Lei Municipal nº 025 de 10/07/1984.
Estação Central
Bem ao lado do Terminal Urbano de Anápolis, um prédio conservado e em processo de restauração já foi palco de muitas transações e recebeu milhares de visitantes. A chamada Estação Central era o ponto de desembarque do trem de ferro que cruzava a cidade, em meados do século XX.
Batizada de Prefeito José Fernandes Valente, era o símbolo máximo do progresso de Anápolis e foi inaugurada em agosto de 1933, completando mais de 90 anos de história em 2024. Projetada pelo engenheiro Wenefredo Bacelar Portela, fica na frente da Praça Americano do Brasil, local que já foi o cemitério paroquial.
Entre 1978 e 1985, chegou a abrigar o Tiro de Guerra do Exército, unidade que posteriormente foi deslocada para o bairro Jundiaí. Em 2024, está passando por uma nova rodada de revitalizações, e foi tombado como patrimônio histórico em 1991, pela Lei Municipal nº 1.834.
Ginásio Internacional Newton de Faria
De frente para a Avenida Brasil, um grande ginásio, que chega a lembrar uma nave alienígena, se levanta imponente.
Inaugurado em 1990, a construção completa 34 anos de muita história no dia 23 de outubro, tendo no repertório shows como o do cantor Roberto Carlos, dois Grand Prix de Futsal (2009 e 2010) e a final do Novo Basquete Brasil entre Flamengo e Brasília, em 2010.
Apesar de um pouco menos movimentado que no passado, recebeu recentemente as Superligas B e C de Voleibol, entre 2019 e 2021, competição que contou com um time de Anápolis entre os participantes. É muito utilizado pela população como um ponto de caminhada e corrida, pela pista que circunda a arena.
O ginásio também passou a abrigar alguns setores do governo municipal, com salas convertidas em escritórios para os servidores. O ponto também é utilizado para organizar eventos, tais quais os Circuitos de Rua.
Museu Histórico de Anápolis
Com detalhes pintados em verde e as paredes em branco, o Museu Histórico de Anápolis guarda relíquias do passado da cidade. Televisores antigos, fotos, jornais de época, bugigangas e muitos outros artefatos conservam a história dos fundadores e antepassados anapolinos.
Em estilo colonial, o prédio lembra o visual de cidades históricas, como Pirenópolis e a cidade de Goiás, com paredes de adoba e estruturas de madeira em pau-brasil e aroeira.
O piso é quase todo em madeira, com uma pequena parte em cimento queimado. Situado na Rua Coronel Batista, já foi residência do primeiro prefeito, Zeca Batista, chamado na época de intendente.
O local também já abrigou uma escola, o colégio Paroquial Dom Bosco, gerido pela Igreja Católica. Pouco depois, também foi casa de aluguel para frades norte-americanos, por três anos, quando eles assumiram a Paróquia Santana.
Todo o acervo exposto foi doado por diversas famílias, e a unidade foi tombada como patrimônio histórico pela Lei Municipal nº 1.824, em 1991.