Entenda como Anápolis quase conquistou Universidade Federal
Mobilizações sobre tema começaram na década de 60 e instituição abrigaria diferentes cursos
Mesmo contando com diferentes opções de lazer, cultura e descontração, uma coisa que, nos quase 117 anos de história nunca se fez presente em Anápolis, foi a presença de uma Universidade Federal. Mas não foi por falta de tentativa.
Ao Portal 6, o pesquisador da história do município Claudiomir Gonçalves, administrador do perfil @anapolisnarede, revelou os detalhes por trás de como Anápolis quase sediou uma Universidade Federal.
Conforme extratos de 1959, 1960 e 1961, do jornal O Anápolis (edições 3642, 3943 e 4029, respectivamente), havia interesse de políticos locais para que a Faculdade de Filosofia de Goiás e a Faculdade de Ciências Econômicas de Goiás (FACEA) se unissem para uma eventual federalização.
Ainda, em 1961, foi registrado que Jonas Duarte, à época prefeito do município, anunciou um convênio que previa a construção de 4 grupos escolares na zona urbana e mais 50 escolas rurais, além da instalação da FACEA, que seria abrigado pela Universidade Federal de Goiás.
Já na edição 4222, publicada em janeiro de 1962, consta que professores interessados na proposta haviam se voluntariado para trabalhar gratuitamente na instituição, no ano da inauguração.
A situação se encaminhava tanto que, no ano seguinte, o Secretário de Educação do Estado, Padre Ruy Rodrigues, anunciou ao prefeito Jonas Duarte que a FACEA seria, de fato, transferida para a Universidade Federal de Goiás, através da doação das instalações ao Governo Federal.
Porém, apesar de atender os critérios para a mudança, o processo ainda encontrava resistência. Os anos se passaram e, conforme discutido em sessão ordinária, em agosto de 1979, na Câmara Municipal, tanto a Faculdade Anhanguera, de Goiânia, quanto a Associação Educativa Evangélica, de Anápolis, queriam fazer a encampação da Faculdade para os respectivos polos.
Em um artigo publicado no Correio do Planalto, em março de 1982 (nº 637), foi documentado o apelo da oposição, que tinha o intuito de criar a Universidade Federal de Anápolis – e não apenas um campus da UFG. Para isso, a Associação Educativa Evangélica seria abrigada pela futura Universidade de Anápolis, integrando a FACEA e outros polos, federalizando-a integralmente.
A instituição anapolina seria composta por faculdades de Filosofia, Ciências e Letras, Direito, Medicina e Veterinária, Engenharia, Farmácia, Odontologia e Agronomia, englobando escolas superiores existentes no município.
Apesar disso, a última matéria sobre o tema publicada pelo Correio do Planalto, em 1982 (nº 665), informou que o Presidente da República, João Figueiredo, visitaria a cidade, restando apenas esperar que ele se lembrasse da promessa da criação do centro acadêmico. Entretanto, conforme Claudiomir, o presidente deixou o projeto de lado.