Passagem do Eixão a R$ 1, liberação da faixa de ônibus para motociclistas e implantação de metrô: as propostas para melhorar o trânsito de Goiânia

Candidatos ao Paço Municipal investem na pauta de mobilidade, cara para eleitores e um dos principais gargalos da capital

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
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Imagem mostra filas de carros em Goiânia. (Foto: Secom/Governo de Goiás)

Apontado como um dos principais gargalos da população goianiense, a mobilidade urbana de Goiânia se tornou, nos últimos anos, pauta central nos pleitos eleitorais. Na disputa pelo Paço Municipal, candidatos apostam em propostas que visam aplacar o tráfego na cidade.

Adriana Accorsi (PT) aposta no “Sistema Seguro no Trânsito”, que prevê a redução de velocidade na região Central para diminuir acidentes. A proposta é acompanhada de melhorias no transporte coletivo e na ampliação de ciclovias, visando a segurança de pedestres e ciclistas.

Disputando pelo PL, Fred Rodrigues propõe a instalação de semáforos inteligentes, que ajustam o tempo de sinal conforme o fluxo de veículos. Além disso, ele sugere a construção de viadutos e novas vias como forma de desafogar o trânsito nas áreas mais críticas da capital.

Já o senador Vanderlan Cardoso (PSD) se destaca pelo volume de propostas: são 31, a maioria focada em infraestrutura, como a renovação de ciclovias e a preparação da cidade para veículos elétricos. Ele também menciona o incentivo ao compartilhamento de carros, mas sem detalhar de como funcionaria.

O jornalista Matheus Ribeiro (PSDB), por outro lado, traz uma proposta ousada: tarifa de R$ 1 no Eixo Anhanguera, o que, segundo ele, seria o primeiro passo para alcançar a tarifa zero no transporte público. A ideia é atrair mais usuários para o sistema de ônibus e reduzir o número de veículos nas ruas.

Ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel (UB) propõe liberar as faixas exclusivas de ônibus para motociclistas, o que, segundo ele, agilizaria o trânsito e aumentaria a segurança dos motociclistas. No entanto, Ronny Aliaga Medrano, professor de Engenharia de Transportes da UFG, alerta que a medida pode aumentar os acidentes, já que os motociclistas em Goiânia costumam conduzir de forma imprudente, principalmente nos cruzamentos.

Outra proposta diferente para mobilidade é do candidato pelo UP, Professor Pantaleão, que sugere a criação de uma empresa municipal para viabilizar a construção de um metrô em Goiânia. Embora a ideia de um sistema metroviário tenha sido discutida por décadas, especialistas, como Medrano, apontam o alto custo e a baixa viabilidade de um projeto desse porte para uma cidade como Goiânia.

Buscando reeleição, o atual prefeito Rogério Cruz (SD) propõe a criação de um monotrilho suspenso na Avenida Anhanguera e outra linha que ligaria o Aeroporto à Rodoviária. Os custos elevados – que chegam a ser maiores do que os de um metrô – além da exigência de uma manutenção constante, são algumas das ressalvas apontadas por especialistas.

“Os monotrilhos são caros na manutenção e acho que Goiânia não tem uma estrutura e nem uma infraestrutura para isso. Na Bahia, foi implementado um, mas demorou de 10 a 15 anos para ser feito. […] Não é uma solução necessária para Goiânia e é uma proposta exagerada”, frisa o professor de Engenharia de Transportes da UFG.

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