Médico de Goiânia explica possíveis causas para perda de bebê no fim da gestação

Ao Portal 6, ele justifica que casos podem estar relacionados a problemas maternos previstos ou adquiridos durante gestação

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Médico de Goiânia explica possíveis causas para perda de bebê no fim da gestação
Imagem mostra barriga de mulher grávida. (Foto: Arquivo/MDS)

Assim como a apresentadora Tati Machado, de 33 anos, que perdeu o bebê na reta final da gestação, com 33 semanas, milhares de mulheres convivem com uma dor silenciosa: a interrupção do sonho de ser mãe. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), no Brasil, em 2024, foram registrados 24.237 óbitos fetais.

Embora as perdas gestacionais no final da gravidez não sejam comuns, elas podem acontecer por diferentes razões, conforme explica o médico residente de ginecologia e obstetrícia do Hospital Estadual da Mulher (HEMU), em Goiânia, Deny Bruce. Em entrevista ao Portal 6, ele salienta que, na maior parte dos casos, os óbitos estão ligados a problemas maternos prévios ou adquiridos durante a gestação.

Pacientes que apresentam quadros como hipertensão crônica mal controlada, evolução para pré-eclâmpsia, ou que desenvolveram hipertensão somente durante a gestação, são enquadradas na categoria de risco. O desenvolvimento de diabetes tipo 1 ou 2, doenças contagiosas ou infectocontagiosas — como toxoplasmose, citomegalovírus, sífilis e outras infecções — também pode interferir e aumentar o risco.

“Além dessas causas prévias, a gente tem algumas que são próprias da gravidez. Então, às vezes, há o descolamento prematuro de placenta, ou seja, antes do momento do parto e, geralmente, isso está relacionado a problemas de pressão anteriores. Esse também é um dos fatores que pode acontecer e levar ao óbito já no final da gravidez”, diz.

Outra possibilidade é quando há um problema genético na formação do bebê que não foi investigado durante a gestação, como nos casos de Síndrome de Down ou trissomias — condições genéticas em que um indivíduo possui três cópias de um determinado cromossomo —, que também podem acarretar perdas fetais mais tardias.

A idade também pode ser um fator. Tanto pacientes mais jovens quanto aquelas com idade acima de 35 anos apresentam maior risco de anomalias cromossômicas no bebê, como as aneuploidias — caracterizadas pelo aumento ou diminuição do número de cromossomos.

O profissional destaca que entre os principais cuidados está a necessidade da realização de um pré-natal — acompanhamento médico da gestante desde o início da gravidez até o parto — de forma adequada.

“O ideal é que a mulher tenha feito um pré-natal adequado desde o início da gestação para avaliar o histórico de infecções. Se a paciente já teve contato com alguns patógenos infecciosos, como está a infecção, possíveis infecções urinárias ou sexualmente transmissíveis… Também é essencial ir realizando os exames de imagem de rotina […] e, assim, reduzir o risco de óbito desses bebês”, conclui.

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