Médica explica o que são pré-eclâmpsia e síndrome HELLP, complicações que causaram a morte da filha de Lexa

Especialista goiana contou ao Portal 6 que condições podem afetar toda gestante, e mencionou quais cuidados podem ser tomados para diminuir os riscos

Natália Sezil Natália Sezil -
signos
Grávida realiza exame de ultrassom. (Foto: André Borges/Agência Brasil)

Após a cantora Lexa anunciar a perda da filha pelas condições de pré-eclâmpsia e síndrome HELLP, nesta segunda-feira (10), essas duas complicações gestacionais ganharam atenção em todo o Brasil. Diante disso, o Portal 6 buscou conversar com uma profissional da área para entender o que é a condição, quem ela pode afetar, e como as gestantes podem diminuir os riscos desse quadro.

À reportagem, a ginecologista Isabela Brait, de Goiânia, explicou que o diagnóstico está relacionado à pressão alta durante a gestação, que acontece em um espectro. “Pode ser ou uma hipertensão gestacional – que é o aumento leve, que não complica com relação à mãe nem ao bebê, uma coisa mais tranquila – ou a pré-eclâmpsia”, relatou.

Nesse segundo caso, o aumento da pressão é acompanhado da disfunção de algum órgão, que pode ser o rim, fígado ou mesmo a placenta, entre outros. A profissional explicou que as duas situações podem acontecer após as 20 semanas de gestação, pois, antes desse período, o quadro é de hipertensão crônica.

“Mas a hipertensão crônica também pode complicar com uma pré-eclâmpsia sobreposta. Já a síndrome HELLP é uma complicação da pré-eclâmpsia grave, quando os níveis pressóricos [de pressão] causam uma disfunção orgânica com relação ao fígado, coagulação… é um caso incompatível com manter a gestação. Uma vez que você diagnostica, é igual a parto”, detalha a ginecologista.

Quem tem mais chances de apresentar a condição e como identificar?

Isabela também explica que o quadro tem se tornado cada vez mais comum à medida que mulheres têm engravidado mais velhas, pois quanto mais avançada a idade da gestante, maior a chance de pré-eclâmpsia. Além desse, outros fatores também aumentam as chances de diagnóstico.

“As pacientes mais obesas, ou que já têm pressão alta, hipertensão crônica prévia à gestação, diabetes. Ou que fazem algum tipo de reprodução assistida, como por exemplo, fertilização in vitro, ou que ficam gestantes de geminadas [gêmeos], elas tem um risco maior”, compartilha.

A profissional explica que o quadro pode ser identificado por meio dos índices de pressão alta. Níveis de pressão acima de 140 por 90 após as 20 semanas de gestação são motivo para procurar uma avaliação laboratorial.

A condição se torna ainda mais iminente quando a pressão passa de 160 por 110, índice acompanhado de fortes dores de cabeça, visão turva e dor na região do fígado. Diante desses sintomas, o ideal é procurar um diagnóstico oficial para que a gestante tome o devido medicamento.

Lexa compartilhou fotos do momento do parto. (Foto: Reprodução/Instagram)

Como é possível evitar?

Já quanto à profilaxia, Isabela explica que gestantes podem tomar alguns cuidados básicos para evitar o quadro de pré-eclâmpsia. Ela conta que alguns fatores são “manter uma dieta saudável, evitar o ganho de peso durante a gestação, evitar até mesmo engravidar durante a obesidade”.

E continua: “ter bem compensada a hipertensão crônica e a diabetes, fazer atividades físicas e não fumar também diminuem as chances”. Além disso, algumas medicações também reduzem o risco da condição. Nesse caso, são opções à gestante tanto o cloreto salicílico, quanto a reposição de suplementação de cálcio.

Apesar das recomendações, a ginecologista explica que, mesmo com todos os cuidados, o risco de apresentar o quadro ainda existe. “Podemos diminuir as nossas chances, mas não zeramos a chance de ter pré-eclâmpsia”, conclui.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

PublicidadePublicidade