Refém israelense descobre nome de filha nascida quando ele estava preso pelo Hamas
Vídeo publicado pelo governo de Israel, a esposa do refém solto, Avital, diz a ele que a menina se chama Shahar Mazal
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Libertado após passar cerca de 500 dias em cativeiro, o israelense-americano Sagui Dekel-Chen soube neste sábado (15) o nome de sua filha mais nova, nascida dois meses depois de ele ter sido sequestrado pelo grupo terrorista Hamas, durante o mega-ataque do 7 de Outubro.
Em um vídeo publicado pelo governo de Israel, a esposa do refém solto, Avital, diz a ele que a menina se chama Shahar Mazal, algo como “aurora abençoada” em português. “É perfeito”, responde ele, que tem 36 anos, emocionado.
O casal se reencontrou em uma base militar no sul de Israel, para onde Dekel-Chen foi levado junto com os outros dois reféns também libertados neste sábado: o russo-israelense Sasha Trupanov, 29, e o israelense-argentino Yair Horn, 46. Todos foram soltos em virtude de um acordo de cessar-fogo entre Tel Aviv e o grupo terrorista vigente desde 19 de janeiro.
Os três homens foram sequestrados de suas casas em Nir Oz, um kibutz situado perto da fronteira com a Faixa de Gaza, durante os ataques sem precedentes que deram origem à guerra Israel-Hamas.
“Nosso Sagui está em casa. Um amigo, um filho, um companheiro e, o mais importante, um pai, voltou”, disse a família de Dekel-Chen em uma nota compartilhada pelo Fórum das Famílias dos Reféns.
Após quase 500 dias de cativeiro, ele “agora finalmente está em solo israelense, conosco […] Nas próximas horas começará seu processo de reabilitação, verá suas filhas, Gali e Bar, e pela primeira vez conhecerá a mais nova, Shahar”, detalhou. A família acrescentou que pretende continuar fazendo campanha pela soltura dos reféns “até que o último” deles volte para casa.
O Hamas concordou no mês passado em entregar 33 reféns israelenses, incluindo mulheres, crianças e homens mais velhos, em troca de centenas de prisioneiros e detidos palestinos, durante um cessar-fogo de 42 dias no qual as forças israelenses se retirariam de algumas de suas posições em Gaza.
A trégua tinha como objetivo abrir caminho rumo a uma segunda fase de negociações para devolver os 38 reféns vivos e os 35 mortos ainda em cativeiro e completar a retirada das forças israelenses antes do fim da guerra e de uma eventual reconstrução de Gaza.
Outro dos reféns libertados neste sábado, Horn, foi capturado junto com o irmão mais novo, Eitan. Ele aparentava ter perdido considerável peso durante o cativeiro.
“Agora, precisamos trazer Eitan de volta para que nossa família possa realmente respirar”, disse a família do israelense-argentino em um comunicado.
No palco da entrega, em Khan Yunis, sul de Gaza, os terroristas deram a Horn uma ampulheta com a inscrição “o tempo está se esgotando”, uma referência à situação dos sequestrados ainda mantidos em Gaza.
Trupanov, o terceiro refém solto no sábado, tinha sido sequestrado junto com a mãe, a avó e a namorada. Todas elas foram libertadas durante uma breve pausa nas hostilidades, em novembro de 2023.
Já o pai dele foi morto no ataque a Nir Oz. O kibutz foi uma das comunidades mais atingidas no 7 de Outubro – 1 em cada 4 moradores do local morreu ou foi sequestrado durante o ataque.
No total, 19 reféns israelenses e 5 tailandeses foram libertados até agora. Restam, assim, 73 ainda em cativeiro, 35 dos quais foram declarados mortos pelas autoridades israelenses.
As perspectivas de sobrevivência do cessar-fogo foram abaladas pelo apelo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que os moradores de Gaza sejam reassentados permanentemente fora da faixa.
A proposta foi rejeitada de imediato por grupos palestinos e Estados árabes, assim como por aliados ocidentais de Washington.
Pouco depois da libertação dos israelenses neste sábado, um ônibus transportando prisioneiros e detidos palestinos libertados partiu da prisão de Ofer, em Israel, na Cisjordânia ocupada.
O grupo incluía detentos que cumpriam longas penas por envolvimento em atentados suicidas e outros ataques que mataram dezenas de israelenses durante a Segunda Intifada, em 2000.
Outros foram presos por matar soldados israelenses na Cisjordânia ocupada.