Goiás em Hollywood: jovem é um dos poucos selecionados em todo o mundo para votar no Globo de Ouro em 2025
Portal 6 conversou com o crítico de cinema Pedro Lima Andrade, que detalhou como funciona premiação e processo para se candidatar

Em dois anos, a carreira do goiano Pedro Lima Andrade vivenciou uma guinada. Com apenas 23 anos, o crítico de cinema já acumula uma série de conquistas — indo desde a cobertura de festivais renomados até entrevistas com artistas como Ariana Grande e Kristen Stewart.
Agora, o jovem se prepara para uma das etapas mais expressivas de sua trajetória: atuar como votante na 83ª edição do Globo de Ouro.
A premiação, considerada uma das mais prestigiadas da indústria cinematográfica, acontecerá no dia 11 de janeiro de 2026 e conta com quase 400 votantes em todo o mundo — sendo Pedro o único representante de Goiás a participar do evento.
Em exclusividade ao Portal 6, Pedro conta que decidiu se candidatar em meados de março, após a associação da qual faz parte, a International Cinephile Society (ICS), ser informada da abertura de novas vagas e convidar os membros a se inscreverem.
O processo de inscrição, segundo ele, é semelhante ao de um credenciamento: é necessário informar os veículos em que atua, seu alcance, além de artigos e entrevistas já publicados. A resposta à candidatura veio meses depois, no final de julho, em um momento inesperado.
“Foi engraçado porque eu estava no Teatro Goiânia e aí saiu, no mesmo dia, que eu tinha sido aprovado para participar do Festival Internacional de Cinema de Toronto, mas não consegui ir. Logo depois veio a notícia do Globo de Ouro. Eu não conseguia falar direito, foi um choque e eu não consegui prestar atenção em nada. É uma loucura […] Foi um sentimento de orgulho, mas até hoje não caiu a ficha”, desabafa.
Como funciona a votação?
Pedro explica que a votação ocorre de forma online. Ao longo dos meses, os votantes recebem dos estúdios os filmes, disponibilizados em uma plataforma do Globo de Ouro, e votam e, posteriormente, ranqueiam de 1 a 6 em diferentes categorias, que incluem cinema, TV, podcast, entre outras.
“É um processo totalmente online e exclusivo para os votantes do Globo de Ouro. É tudo digital, mas alguns estúdios enviam itens físicos, como Blu-rays, e muita gente gosta de receber. Eu mesmo gosto, para colecionar”, afirma.
Trajetória
O amor pelo cinema começou ainda na infância, quando tinha cerca de 4 anos de idade. Segundo o goiano, a mãe costumava alugar filmes com o intuito de acalmá-lo.
O que inicialmente era apenas uma distração acabou se tornando uma paixão. Ainda adolescente, ele começou a escrever algumas críticas e a estudar sobre cinema.
Mas foi apenas em meados da pandemia, em 2020, que decidiu mergulhar de vez na área.
“Eu queria ter algum tipo de conforto durante a pandemia e me apaixonei ainda mais. Comecei a escrever para pequenos sites, cobrir festivais e, depois, em 2023, comecei a cobrir festivais grandes. Aí passei a escrever para outros veículos e a entrar em associações”, relembra.
Até o momento, Pedro já cobriu o Festival de Cannes — um dos eventos cinematográficos mais prestigiados do mundo — e entrevistou atores como Sean S. Baker, Joachim Trier, Odessa A’zion e Joel Edgerton.
Ao comentar sobre sua entrada recente no Globo de Ouro, ele destaca que muitos profissionais que ingressaram como votantes, assim como ele, foram referência e inspiração no início de sua carreira.
“Às vezes eu me sinto até deslocado. Eu sou muito novo e estou nesse meio. Acho importante contextualizar que os outros já eram pessoas que eu lia, assistia vídeos e até mandava e-mails para elas. Então, eu estou muito orgulhoso. Está sendo tudo muito rápido, mas é um processo complexo e que envolve as pessoas à minha volta, envolve todo mundo”, diz.
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