Entre ser várias pessoas, escolha ser você mesmo

Carlos Henrique Carlos Henrique -

Eu ainda acredito que andar ao ar livre nos traz percepções e sensações da vida que nenhum automóvel nos concede. Quando nossos sentidos estão antenados para perceber o que está acontecendo ao redor, conseguimos absorver um pouquinho que seja dessa intensidade de cores, aromas e sons. Caminhar nos permite admirar a natureza, observar as pessoas em seu compasso, sentir o frescor da brisa ou o calor severo do sol, experimentar andar na chuva e arrepiar ao soprar de um vento frio, ouvir o cantar dos pássaros, perceber o som da cidade e a correria das pessoas com excessos de compromissos, muitas vezes cegos e alheios, sendo que o tempo nunca nos perdoa.

Julgo cabível o desenvolvimento da consciência lapidada sem pré-conceitos, ilusões e fantasias, elevando sempre a forma de ver a vida. De fato, é mais seguro do que os padrões que nos são servidos de bandeja.

Não me considero parte de uma massa que vai apenas seguindo o fluxo de forma tão superficial, pois tenho meu próprio ritmo. Não dito minhas percepções como sendo as certas, mas basta que para mim elas sejam. Afinal, é de suma importância trazer significado à minha existência, sem que isso venha de terceiros.

Não sou consumista. Apesar de gostar de comprar coisas novas, e por ser mulher, é claro que roupas são artigos essenciais para mim. Mas adoro muito mais entrar naquele meu jeans de anos atrás. Não me alieno a nenhum tipo de ditadura da moda, minha calça surrada é confortável e nunca perdeu seu charme.
Reconheço que o perdão é a força mais poderosa de libertação de um coração doente e cativo. Não concordo quando dizem que o tempo é o antídoto que cura. Tempo não cura nada, o tempo te diz apenas que você tem validade, que esse curto período precisa ser aproveitado com ousadia e equilíbrio, amadurecimento, crescimento e transcendência com o olhar da bondade e do amor.

Penso que o abraço, o beijo e o sorriso – quando verdadeiros – são revitalizantes naturais e nos mantém jovens em qualquer idade. Não existem cremes de beleza que conseguem recauchutar essas atitudes sinceras.
O abraço energiza e transfere sensações de um ao outro que acalentam a alma.

O beijo sincero entre amigos desmorona qualquer preconceito ou indiferença. Da mesma forma, o beijo apaixonante entre casais alimenta fortemente a relação, trazendo para ela sensação de segurança, paz e desejos intensos.
O sorriso verdadeiro alegra o ambiente e todos que nos cercam. Essa é a verdadeira poção do rejuvenescimento!
Acredito na individualidade e no respeito que devemos ter para com o outro.

A sociedade (e aqui se inclui as instituições que utilizam de sua força influente na vida das pessoas) impõe o que devemos ser e como lidar com questões da vida. E isso vai se tornando uma vertente que a maioria segue como sendo o correto a se fazer. É conveniente que cada um cuide de si mesmo, cuide seus olhos, suas palavras, seu caminhar, seus pensamentos.

Viver a partir de um olhar despido da presunção, da arrogância, totalmente nu diante da verdade é a melhor e mais saudável escolha. Seja você e sua consciência o norte para sua vida. O que lhe convém deve partir de você mesmo. São em suas percepções que Deus te encaminhará, sem medo de aprender mais sobre si mesmo.

Acredito que o amor é tudo! É o que dignifica as pessoas, embeleza o rosto de um ser humano, é o que alegra intensamente a alma. É o que alimenta as relações em todos os âmbitos, que nos impulsiona a sermos melhores quanto gente. É o caminho sobremodo excelente que potencializa nosso universo de ser. Um amor não apenas de palavras, mas de atitudes, de bondade, de servir ao próximo.

Digo isso tudo porque cheguei à conclusão de que a forma de amar do mundo que aprendemos não é amor, é egoísmo. Tudo é descartável, substituível.

Você lendo todo esse texto pode até discordar de mim. Tudo o que disse pode até ser um padrão para as minhas escolhas, mas vivo em paz com todas elas. Estou sempre com a mente aberta a qualquer outra percepção que me melhore.

Mesmo que para muitos pareça uma visão “romântica” da vida, fico com meu discernimento, aprendendo por mim mesmo, enxergando com meus olhos, sentindo com meu coração e me relacionando a partir dos meus princípios.
Não me rotularei a nenhum tipo de padrão imposto, nem secular nem religioso, não me tornarei alheia a mim mesma.

Eu sou assim.

Deniza Zucchetti é professora por vocação, quase Relações Internacionais, escritora por amor nas horas vagas e mãe de dois lindos filhos em período integral. Escreve todos os sábados.

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