Independência e liberdade

Carlos Henrique Carlos Henrique -

O grito de Independência deu-nos a ideia de uma completa liberdade. Pessoas do bem entendem que essa liberdade não se pode confundir com libertinagem e que há restrições na capacidade de exercê-la.

Muitos se sentem tão livres para fazerem o que dá na telha que extrapolam limites, tirando dos outros a liberdade de também desfrutá-la civilizadamente.

Dia desses alguém me disse: “fulano é assim porque sua mãe não lhe deu educação o bastante, por isso é mal educado, malandro e não tem respeito por ninguém derrubando a barreira dos limites, invadindo o direito dos outros”.

Tornamos-nos adultos e também indesculpáveis quanto às nossas atitudes em sociedade, portanto se o pai ou a mãe não ensinou o suficiente sobre civismo e ser gente, temos a opção de escolhermos pelo caminho correto, afinal a inteligência e discernimento nos é agregado como princípios que aprendemos inclusive na escola, com amigos, instituições religiosas, enfim…

A liberdade só funciona pra mim quanto direito, quando respeito também a liberdade e os limites de alguém que não devo nem posso ultrapassar. O efeito da liberdade acaba ali e me torna transgressor se na minha vulgaridade e insensatez obrigo quem estiver do meu lado a digerir minha invasão agressora.

É extremamente desagradável estar próximo ou ter que lidar com bestas-feras vestidos em um corpo humano que passa por cima dos direitos, pervertendo seus deveres e exercendo um “poder” sobre o outro que nem mesmo a lei lhe imputa.

São pessoas boçais que se enxergam melhores e destituídas de qualquer obrigação civil. O ofensivo dessa circunstância são pessoas do bem se verem reféns de situações desagradáveis, das quais se sentem intimidadas ao ponto de abrirem mão de rogar pelos seus direitos por medo e receio de retaliações.

Com certeza muitos já se sentiram coagidos, indefesos e obrigados a ficarem calados em diversas situações, pois se sentem expostos a esses seres estúpidos e grosseiros quando não se tem defesa contra esses ataques que nos tiram a paz, o sossego e integridade física.

Acredito que se deixarmos tais pessoas gozarem dessa “libertinagem” que acreditam ter por direito adquirido, a tendência é a sociedade se tornar um parque de diversões para esses criminosos presunçosos, que ocupam desde o lugar de destaque até ao mais simplório.

Precisamos dar nosso grito de independência para ver-nos livres desses abusos que começam na política e termina com seu vizinho perturbado e ignorante que se acha o dono da rua.

Existem meios legais para fazer com que nossa liberdade seja preservada – fechar os olhos e deixar o esgoto da sociedade correr solto a céu aberto, enquanto o odor toma conta de nossas narinas não deveria ser nossa opção.

Concordo que hoje em dia tudo está tão destituído de ordem e progresso, de leis e deveres que não são cumpridas, que ficamos pessimistas em relação ao que podemos desfrutar quanto cidadão de bem que merece ter seus direitos resguardados, que tantas e tantas vezes colocamos venda em nossos olhos para não ver o mal assolar, pois a justiça já a tirou há muito tempo, de fato onde foi parar a igualdade no tratamento e na vivência em sociedade?

Ser livre é exercer direitos, mas também igualmente deveres. Quem não aprendeu ainda, dá tempo de aprender. Quem não se sujeita aos mesmos deveres que nos torna cidadãos iguais perante a lei, será exposto mais cedo ou mais tarde às implicações que tais atitudes lhe cobrarão.

Deniza L. Zucchetti é escritora nas horas vagas e mãe em período integral. Escreve todas as segundas-feiras

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