Parecer da Saneago mostra que é impossível abastecer Anápolis caso vereadores aprovem Plano Diretor

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
Sede da Saneago, em Goiânia. (Foto: Divulgação)

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Um parecer técnico da Saneago, solicitado pelo vereador Sargento Pereira (PSL) sobre a proposta de expansão do perímetro urbano de Anápolis, que tramita em fase conclusiva na Câmara Municipal, mostra que a empresa não dará conta de abastecer a cidade caso o Plano Diretor seja aprovado pelos vereadores.

No parecer obtido com exclusividade pelo Portal 6, a Saneago diz que planejou todos os seus investimentos na cidade com base na expansão urbana aprovada em 2006 pela Câmara e faz vários alertas e afirmações que condenam a nova proposta de revisão, promovida pelo grupo Gestor da Prefeitura de Anápolis.

Segundo a Saneago, a proposta final aprovada nesta terça-feira (14) em primeira votação na Câmara, não foi sequer oficialmente apresentada à empresa, tampouco o estudo de adensamento “para embasar um possível aumento, cujas consequências podem acarretar sérios problemas, em especial, sobre mananciais de abastecimentos”, lembra.

Uma outra preocupação, também apresentada pela Saneago no documento, é de que o aumento da expansão urbana sobre as regiões Leste e Sul de Anápolis comprometerá até o abastecimento de água da Grande Goiânia, uma vez que nessas áreas se encontra a Bacia do Rio Caldas.

Em tempo

Essa é a revisão do Plano Diretor mais polêmica apresentada em Anápolis desde 1985, ano em que o primeiro desenho foi aprovado na Câmara Municipal já indicando a contenção da expansão urbana.

A revisão que agora se quer aprovar aumenta a área ocupável ao ponto de permitir que se dobre a população da cidade, de maneira espraiada, sem considerar a impossibilidade de recursos públicos para levar a infraestrutura e equipamentos urbanos já precários na atual área ocupada.

Em abril, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), por meio de ofício enviado à Saneago, já alertava a empresa sobre a revisão do Plano Diretor proposta pelo poder público municipal. A preocupação maior apresentada era o avanço sobre o Rio Piancó, que precariamente abastece 80% da população de Anápolis.

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