Após se formar em Anápolis, angolano volta para país natal e constrói escola

Sobrevivente da guerra, ele afirma estar realizado por ter conseguido conquistar seus sonhos

Rafaella Soares Rafaella Soares -

Superar situações traumáticas é difícil, mas não impossível. Um exemplo disso é o angolano Ernesto Feliciano, de 30 anos, que ajudou a reconstruir uma escola destruída pela guerra no país depois de se formar em Pedagogia em Anápolis.

Ao todo, cerca de 1.000 crianças puderam retornar aos estudos e outros novos professores também já estão sendo preparados para lecionar nessa nova instituição.

A ação foi realizada na província de Bie, onde Ernesto cresceu e que foi atingida diretamente no conflito, que durou dez anos e deixou 70% das crianças sem ter onde estudar.

Ao G1, o pedagogo disse que se considera um sobrevivente, pois a guerra matou muitas pessoas, incluindo alguns de seus parentes.”

“Lembro da minha mãe. Eu devia ter uns 6 ou 7 anos, ela olhando para mim e dizendo assim: ‘filho, provavelmente, eu não sei se nós vamos sobreviver'”, relembrou.

Devido a dificuldade de encontrar professores, Ernesto decidiu que buscaria uma solução para contornar a situação e começou por conta própria a dar aulas de alfabetização.

Já em 2011, um casal de brasileiros foram até a Angola para um trabalho voluntário e, ao conhecerem toda a história do lugar, ajudaram Ernesto a conseguir uma bolsa de estudos.

Agora, novamente em Anápolis ele começará a fazer um mestrado e afirma estar realizado por ter conseguido conquistar seus sonhos.

“As marcas da guerra só serviram para me dar mais força. Olhando aquilo que eu passei, o que eu sofri, eu digo: nenhuma criança mais passará o mesmo que eu passei”.

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