Caso de recém-nascida que sofreu queimaduras na Santa Casa de Anápolis vai parar na Justiça

Família alega que não recebeu todo o apoio prometido, enquanto unidade afirma que acompanhou toda a recuperação da bebê

Rafaella Soares Rafaella Soares -

“Eles nos deixaram na mão desde o hospital, quando a enfermeira via a minha filha chorando e se perguntava o motivo do choro”, assim desabafa Sara da Silva Bispo, mãe da pequena Yasmim, que sofreu queimaduras de 3º grau após o nascimento na Santa Casa de Misericórdia, em Anápolis.

O caso ocorreu no último dia 30 de abril, quando recém nascida precisava ser levada para um berço aquecido e, ao invés disso, foi colocada em um berço comum com bolsas de água quente e cobertores.

No relato médico feito pelo hospital está escrito que foram observadas bolhas na criança no mesmo dia em que nasceu. Por isso, ela foi levada para a UTI Neonatal e diagnosticada com queimadura por contato e infecção por uma bactéria chamada estafilococos.

Depois do ocorrido, a Santa Casa se comprometeu a tratar gratuitamente as queimaduras da pequena Yasmim, mas a medida, segundo a mãe, só foi cumprida nos primeiros dias após receberem alta.

“Na primeira semana eu senti confiança, porque ela [a enfermeira] estava indo todo dia. Quando ela ia, ainda levava luva, faixas, gaze, levava fita. Mas ai ela desistiu e quando eu vi que ela não ia mais, eu decidi cuidar da minha filha e agir com minhas próprias mãos”, relatou.

Queimadura deixou grande cicatriz na pequena Yasmin. (Foto: Arquivo Pessoal)

Conforme Sara, não demorou para a enfermeira alegar que não poderia ir até a residência da família. A justificativa é que estava com problemas no carro e, por isso, pedia para que o casal fosse até o hospital para buscar todos os itens necessários para fazer os curativos.

Durante esse período, Yasmim teve de frequentar o Hospital de Queimaduras para fazer o tratamento, no qual os pais afirmam que foi oferecido por uma médica que se sensibilizou com a situação.

A Santa Casa, no entanto, afirmou em nota ao Portal 6 que prestou toda a assistência hospitalar à recém-nascida e que a funcionária acompanhou regularmente a recuperação dela.

A unidade também se coloca como a responsável por conseguir o tratamento gratuito no Hospital de Queimaduras, além de dizer que a família foi orientada sobre como seriam todas os procedimentos.

Apesar disto, o caso foi levado à Justiça e já está na 4ª Vara Cível de Anápolis. O valor de indenização solicitado foi de R$60 mil e o  juiz Danet Bartoccini é que será o responsável pela decisão.

Em tempo

Já com o ferimento fechado, os pais de Yasmim, que estão desempregados, estão contando com a contribuição de amigos para conseguir comprar as pomadas que deverão reduzir as cicatrizes que ficaram na bebê. Os custos do medicamento é de aproximadamente R$100.

Os interessados em ajudar podem entrar em contato com a família pelo telefone (62) 9 9336-9983.

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