Confinamento aumentou violência contra idosos em Anápolis, revela Manoel Vanderic

Rotina da delegacia já não é mais a mesma e agentes precisam evitar contato mais direto porque atendem outras especializadas

Rafaella Soares Rafaella Soares -

O isolamento social ainda é a alternativa mais recomendada para evitar a disseminação do novo coronavírus. No entanto, ficar em casa tem sido sinônimo de pesadelo e não de proteção para muitos idosos.

É exatamente o que tem acontecido em Anápolis, segundo a Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (DEAI).

Em conversa com a reportagem do Portal 6, o delegado Manoel Vanderic contou que o número de denúncias aumentou consideravelmente desde o início da pandemia, mas muitas vítimas não podem ser sequer atendidas presencialmente por serem do grupo de risco.

“A gente, como funcionário do Estado, segue o decreto do governador restringindo o atendimento. No nosso caso temos que ter cuidado redobrado, porque trabalhamos com idosos e o policial pode acabar sendo um agente transmissor. Estamos recebendo todas as denúncias apenas por telefone”, explicou.

Como os agentes também trabalham com a Delegacia do Consumidor e Trânsito, houve a necessidade de realizar uma triagem para assistência apenas em situações excepcionais.

“Nos casos urgentes damos andamento e fazemos a visita, resgatamos o idoso ou prendemos o agressor. A gente tem que ter cuidado e ponderar quando é necessário expor o idoso ao risco da nossa visita. Vamos quando existe risco imediato. Se o idoso está apanhando, sofrendo risco de tentativa de homicídio ou um estupro, aí a gente age no mesmo dia”, disse o delegado.

A DEAI ainda não processou a quantidade exata do aumento da violência contra esse público nas últimas semanas.

“Confinamento da vítima com o agressor sempre dá problema. Temos que dar o devido peso para esse vírus, se não a gente vai lá ajudar um idoso que está sendo xingado e contamina ele com uma doença mortal”, justificou.

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