O que ainda falta para a polícia concluir inquérito sobre morte do menino Henry

Crime é investigado como homicídio duplamente qualificado –com emprego de tortura e recursos que dificultaram a defesa da vítima

Folhapress Folhapress -
(Foto: Reprodução)

A Polícia Civil do Rio aguarda apenas o laudo com a análise do telefone celular do vereador Dr. Jairinho (sem partido) para concluir a investigação do assassinato do menino Henry, morto na madrugada de 8 de março.

A previsão era de que o inquérito, já em fase de elaboração do relatório final, fosse concluído hoje. Mas fontes ligadas à investigação ouvidas pela reportagem indicam que as informações contidas no celular podem trazer novos elementos ao caso. Um exame complementar no corpo da criança concluído na quarta-feira (21) apontou três ações contundentes distintas na cabeça e marcas de unha no rosto.

O celular de Jairinho foi apreendido por investigadores da 16ª DP (Barra) na operação que resultou na prisão temporária dele e da professora Monique Medeiros, detidos desde 8 de abril por suspeita de atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas. Padrasto e mãe da criança são investigados por envolvimento no assassinato.

O crime é investigado como homicídio duplamente qualificado –com emprego de tortura e recursos que dificultaram a defesa da vítima. A Polícia Civil não descarta contudo que sejam identificados outros crimes. O inquérito deverá ser remetido ao MP-RJ (Ministério Público do Rio) na próxima semana.

Enquanto isso, os advogados que integram a defesa de Monique insistem na necessidade de que ela seja ouvida de novo pela Polícia Civil antes do término da investigação.

Para a defesa, a mãe de Henry também era vítima de violência doméstica. “A quem interessa o silêncio de Monique?”, questionaram os defensores.

Na sexta (23) à tarde, os advogados foram ao Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho, no complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio, para falar com a mãe de Henry. Diagnosticada com Covid-19 desde segunda (19), ela seguirá internada no local até se recuperar da doença.

“Sinceramente, não sei o que ela teria a acrescentar na investigação agora que toda a versão dela foi desmontada. Já temos elementos para encerrar a investigação. Ela já mentiu. Quem garante que vai dizer a verdade agora?”, questionou o delegado Antenor Lopes, diretor do DGPC (Departamento Geral de Polícia da Capital), que coordena as investigações.

A mãe de Henry Borel relatou aos seus advogados que sofreu agressões físicas e verbais do parlamentar e que, após a morte da criança, foi manipulada para ajudá-lo. Ela definiu o relacionamento deles como abusivo.

A defesa também diz que Monique pretende dar detalhes do que aconteceu no apartamento da Barra da Tijuca na madrugada de 8 de março, quando a criança morreu.

Desde a sexta anterior (16), a Polícia Civil vem se manifestando sobre a possibilidade de concluir o inquérito sem ouvir de novo a mãe de Henry. O delegado Antenor Lopes já havia dito que não existiam indícios de que ela estivesse sendo vítima de ameaças. “Nós já julgamos ter elementos suficientes para apresentar o relatório final ao MP [Ministério Público] e em seguida ao Judiciário”, afirmou.

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