Crescimento com desenvolvimento urbano – Um desafio para o gestor público

Márcio Corrêa Márcio Corrêa -
Visão aérea da cidade de Anápolis. (Foto: Reprodução)

É comum se comemorar o “crescimento” de uma cidade, com demonstrações de orgulho por parte do munícipio ao constatar aumento da população, da ocupação de espaços e outros aspectos quantitativos relacionados à expansão urbana. Em geral, esse crescimento é associado a uma ideia errônea de desenvolvimento da cidade, com um sentimento de modernidade.

Enquanto crescimento é uma medida qualitativa, o desenvolvimento está relacionado à qualidade de vida no ambiente urbano. Quando a cidade cresce, mas não se desenvolve economicamente, resulta em um desequilíbrio social, uma vez que o aumento da população e da ocupação urbana requer serviços públicos essenciais nas áreas de saúde, educação e infraestrutura, dentre outros.

Esta situação é evidente em alguns municípios goianos, principalmente na região do entorno de Brasília, onde experimentaram um crescimento e adensamento populacional bastante acentuado, sobretudo na última década. No entanto, não se observou nestes municípios o acompanhamento, no mínimo equitativo, das curvas de crescimento e desenvolvimento, resultando na oferta proporcionalmente menor de emprego e renda à classe economicamente ativa que, neste caso, busca oportunidades na capital do país, demandando ainda mais serviços de transportes e outros serviços não oferecidos (ou insuficientes) onde reside o cidadão.

Anápolis, embora tenha se consolidado como uma cidade industrial, universitária e polo de um suposto “desenvolvimento”, também padece de uma estagnação de desenvolvimento efetivo, precisando repensar sua relação com o meio ambiente e promover um ciclo virtuoso com práticas inovadoras visando atender as demandas da sociedade, por um serviço público que efetivamente exerça seu papel. Também se faz necessário envolver na tomada de decisões a comunidade, escolas, faculdades, universidades e setores produtivos.

Apesar do nosso país enfrentar uma crise política que se alonga, se faz necessário uma coalizão de frentes políticas, da sociedade civil, do setor privado com o propósito de mobilizar, discutir e qualificar o debate associado ao desenvolvimento efetivo das cidades, para que as mesmas sejam pensadas com as pessoas e para elas, e o desenvolvimento sustentável seja o equilíbrio entre as dimensões econômica, social e ambiental, garantindo um ambiente saudável no presente e para as futuras gerações.

Márcio Corrêa é empresário e odontólogo. Preside o Diretório Municipal do MDB em AnápolisEscreve todas as segundas-feiras. Siga-o no Instagram.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Portal 6.

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