“Legado de amor”: a trajetória da jovem pedagoga que perdeu a vida para a Covid-19 em Anápolis

Admirada e querida, Kássia era extremamente apaixonada pela família e havia descoberto recentemente que seria mãe pela segunda vez

Rafaella Soares Rafaella Soares -
Kássia completou 30 anos no dia 31 de maio. (Foto: Arquivo pessoal)

O calendário marcava 31 de maio de 2021 quando Ritta de Kássia Almeida se reuniu com poucos familiares em Anápolis para comemorar uma data muito especial: seu aniversário de 30 anos.

A vida, naquele momento, era um misto de emoção e alegria. Casada desde 2015 e mãe de uma garotinha corajosa e inteligente de 04 anos, havia iniciado um processo de emagrecimento e recebeu a doce notícia de que estava à espera de mais um bebê.

Nas redes sociais, Kássia, como preferia ser chamada, agradeceu por mais um ano de vida, compartilhou momentos com entes queridos e afirmou ter sido surpreendida por Deus ao saber que estava carregando no ventre mais um “pacotinho de amor”.

Kassia estava em processo de emagrecimento quando descobriu que estava grávida. (Foto: Arquivo pessoal)

Pedagoga pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), também tinha paixão por embelezar outras pessoas e tinha como meta para o ano abrir com as irmãs mais novas um salão. Ela era a primogênita de quatro filhas.

E o que parecia ser uma das fases mais incríveis da vida dela acabou se transformando depois do diagnóstico da Covid-19, que chegou antes da gravidez alcançar terceiro trimestre.

Um sangramento repentino colocou toda a família em alerta. Kássia sofreu um aborto e, com a doença se agravando cada vez mais, precisou ser intubada.

“A luta dela pela vida durou 11 dias em uma UTI, passando por hemodiálise , transfusão de sangue. Essa guerra levantou um exército de oração, centenas de pessoas intercedendo pela vida dela”, explicou Anna Paula, irmã da pedagoga, ao Portal 6.

No último dia 1º de julho, exatamente um mês após o tão feliz aniversário, a notícia que ninguém queria ouvir chegou. Ela não resistiu e deixou para trás várias pessoas que a amava.

Kássia ao lado da filha, de 04 anos. (Foto: Arquivo pessoal)

A filhinha, tão pequena, ainda chama pela mamãe. A família tenta encontrar no amor o consolo necessário para seguir em frente sem a pessoa que era considerada um dos principais pilares da casa.

“A Kássia era a cozinheira, cabeleireira, manicure, a que organizava todas as festas da família. Perdemos uma coluna de sustentação. Desde a partida, nossa família tem se apegado ao amor de Deus e no apoio dos amigos”, afirmou a irmã.

“Ela era uma pessoa com muita responsabilidade social, e por isso, sempre que  sentia qualquer tipo de sintoma se isolava em casa, tentando proteger a família. Era uma pessoa muito amada, sempre rodeada de amigos, que deixou um grande legado sobre amizade, companheirismo, hombridade e muito, muito amor”, finalizou.

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