Minas Gerais pode ter desabastecimento elétrico, diz governador

Zema disse que tem acompanhado de perto a situação e que. a qualquer momento, pode haver regiões desabastecidas de energia elétrica

Folhapress Folhapress -
Usina Hidrelétrica de Furnas em Capitólio (MG), que está com o lago abaixo do nível normal devido a seca. Se baixar mais dois metros, a usina deve parar seu funcionamento. (Foto: Apu Gomes/Folhapress).

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou nesta quarta-feira (22) que o sistema elétrico que abastece o estado está operando no limite de sua capacidade, por causa da crise hídrica, e que há risco de desabastecimento.

“Vivemos um momento de escassez de chuvas e, consequentemente, uma crise hídrica que está se desdobrando para se tornar uma crise energética”, declarou Zema ao participar, nesta manhã, do anúncio de medidas para tombar os lagos do Peixoto e de Furnas (este, a maior extensão de água do estado, com 1.440 km², ou quatro vezes a área da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro). As informações são da Agência Brasil.

Zema disse que tem acompanhado de perto a situação e que. a qualquer momento, pode haver regiões desabastecidas de energia elétrica. “O nosso sistema, hoje, está operando no limite, apesar de todas as usinas termoelétricas estarem funcionando”, afirmou Zema, ressaltando que o problema não se restringe ao estado, é complexo e exige planejamento.

“Este não é um problema que se resolve de hoje para o ano que vem, mas sim um problema que deveria ter sido resolvido há 10, 20, 30 anos. Temos visto, nos noticiários, as represas, os reservatórios de Belo Monte e Santo Antônio, produzirem apenas 3%, 4% da capacidade, porque, quando foram construídas, não foi permitida a construção de um lago. Então, temos termelétricas altamente poluidoras, caras e que penalizam o consumidor porque, no passado, tivemos opositores à construção de lagos”, acrescentou Zema.

Ele criticou o nível operacional das duas grandes usinas construídas, respectivamente, na bacia do Rio Xingu, no Pará, e em Rondônia, no Rio Madeira. “Como todo o sistema de energia é conectado, quando algo dá errado em algum lugar, reflete-se em outro”, completou Zema, que diz já estar discutindo a questão com autoridades federais.

A falta de chuva e a consequente escassez hídrica já forçou o governo mineiro a restringir a captação e o uso da água no estado. No início do mês, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) prorrogou até 15 de outubro a declaração de situação crítica na Bacia do Rio Suaçuí Grande, no Vale do Rio Doce, limitando a captação de água para indústrias, irrigação e consumo humano.

Com a declaração de escassez, impõem-se a todas as captações de água superficial as seguintes restrições de uso: redução de 20% do volume diário outorgado para as captações de água para a finalidade de consumo humano, dessedentação animal e abastecimento público; redução de 25% para a finalidade de irrigação; 30% para as captações de água para a finalidade de consumo industrial e agroindustrial e redução de 50% do volume outorgado para as demais finalidades.

O descumprimento das restrições pode resultar na suspensão total dos direitos de uso de recursos hídricos até o fim da vigência da situação crítica de escassez hídrica.

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