Quase 120 trabalhadores são resgatados em Água Fria de Goiás em condições de escravidão

Eles foram aliciados em outros estados para trabalhar em fazenda e ganhavam valor irrisório para sobreviver

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
(Foto: Divulgação/ DETRAE)

Uma mega operação realizada pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) resgatou 116 trabalhadores, de uma fazenda de Água Fria de Goiás.

O grupo, que incluía até crianças e adolescentes, estava vivendo em condições análogas à escravidão e passava os dias extraindo palhas de espigas de milho, utilizadas na produção de cigarro.

A ação teve início no dia 13 de outubro e terminou na última quarta-feira (19) e o GEFM constatou que o pagamento dos trabalhadores era de apenas R$ 5 por quilo de palha extraída, sendo que ferramentas e roupas eram descontados desse valor.

As condições de alimentação e o alojamento para dormir eram precários. Eles recebiam duas marmitas por dia com arroz e pouca carne. A partir das 5h, as vítimas já tinham que estar no ônibus para ir até o local da colheita. A primeira refeição do dia era permitida apenas às 11h.

De acordo com o GEFM, os trabalhadores estavam alojados em casebres sem revestimento interno e poucas condições de higiene. Alguns dos resgatados preferiram barracas para se protegerem da chuva, outros tantos dormiam em redes ou em colchões no chão.

Reparação de direitos

A empresa responsável por manter os trabalhadores foi notificada a pagar todos os direitos trabalhistas – que  somam R$ 900 mil. Também precisará formalizar os contratos de trabalho (de forma retroativa) e emitir guias de seguro-desemprego.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Defensoria Pública da União (DPU) propuseram um Termo de Ajuste de Conduta, para que todas as normas trabalhistas fossem regularizadas, além do pagamento de uma indenização por danos morais coletivos. A empresa, contudo, não aceitou assinar o documento.

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