Influencers do Canadá fazem balada em voo a Cancún, e companhia cancela volta

Imagens circularam em redes sociais e provocaram uma série de reações negativas

Folhapress Folhapress -
Influencers do Canadá fazem balada em voo a Cancún, e companhia cancela volta (Foto: Reprodução/ Twitter)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A sequência de stories (publicações que somem depois de 24h) no Instagram mostram uma série de jovens dançando, cantando, bebendo vodca e fumando cigarros eletrônicos. Tudo normal na vida de rapazes e moças com seus vinte e poucos anos. Isso se a cena não se passasse em um voo internacional, em meio à pandemia de Covid-19.

O episódio foi registrado pelos próprios personagens, em uma aeronave da companhia Sunwing que levava canadenses –alguns deles influencers digitais– de Montréal, no Canadá, a Cancún, no México, no dia 30 de dezembro. As imagens circularam em redes sociais e provocaram uma série de reações negativas, inclusive do primeiro-ministro Justin Trudeau. Agora, nenhuma companhia quer levar os jovens de volta.

“É como tomar um tapa na cara ver pessoas colocando a si próprias, seus companheiros cidadãos e trabalhadores da companhia aérea em risco e sendo completamente irresponsáveis”, disse Trudeau. “Estou extremamente frustrado.”

Não está claro como os comissários de voo reagiram à agitação dos passageiros, mas relatos nas redes sociais indicam que a tripulação não conseguiu controlar a desordem. O voo passou a ser investigado pela Transport Canada, agência que regula o setor. Os passageiros podem receber multas de até 5.000 dólares canadenses (R$ 22,3 mil).

A Sunwing cancelou o voo de volta, que estava marcado para esta quarta-feira (5), porque o grupo não concordou em assinar um termo de compromisso, segundo a companhia.

A rede americana CNN noticiou que outras empresas canadenses, como Air Canada e Air Transat, também afirmaram que não vão levar os passageiros de volta, argumentando questões de segurança dos outros passageiros e da tripulação.

Assim como a maior parte do hemisfério Norte, o Canadá tem registrado recordes consecutivos de contaminações pela Covid-19 desde meados de dezembro, em meio ao avanço da variante ômicron. Na quarta-feira, a média diária de contaminações estava em 41,7 mil, 380% a mais do que o recorde anterior, em abril do ano passado, quando a média móvel era de 8.700 casos.

Isso fez com que o governo adotasse medidas de restrição. Em Québec, província onde fica Montréal, de onde partiu o voo para Cancún, o governo decretou toque de recolher noturno e proibição de festas privadas às vésperas do Ano Novo.

“É inaceitável esse comportamento de passageiros. Isso coloca nossa tripulação sob enorme risco”, disse Rena Kisfalvi, presidente do sindicato que representa os trabalhadores da empresa.

“A saúde e a segurança do pessoal a bordo, assim como dos passageiros durante um voo, é prioridade máxima”, completou o ministro dos Transportes, Omar Alghabra. Ele afirmou que viajantes suspeitos passam por uma triagem da Agência de Saúde Pública do Canadá e que documentos fraudulentos ou questionáveis podem levar a multas e acusações criminais.

“Se condenado, o viajante pode encarar multas de até 750 mil dólares canadenses [R$ 3,3 milhões] e seis meses na prisão. Quando coloca a vida de outros em risco e causa danos, o viajante está suscetível a três anos de prisão e/ou até 1 milhão de dólares canadenses [R$ 4,5 milhões] em multa”, disse.

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