Diagnosticada com doença de Crohn, jovem goiana dá a volta por cima e consegue vaga no curso de Medicina

Condição clínica grave impedia que estudante frequentasse às aulas e auxílio extra foi fundamental para que ela concluísse os estudos

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Lara Portilho passou por problema de saúde grave até conseguir realizar o sonho. (Foto: Reprodução).

Um longo caminho com o diagnóstico de uma enfermidade que quase impediu a realização de um sonho. Até parece roteiro de filme, mas essa é a história real de Lara Maria Lemos Portilho,  de 22 anos, recém aprovada na faculdade de medicina.

Em entrevista ao Portal 6, a jovem contou sobre os desafios que teve de superar após ser diagnosticada com a doença de Crohn, grave enfermidade autoimune que ataca o sistema gastrointestinal.

Nascida em Iporá, Lara contou que viveu até 2014 em Piranhas, município da região Oeste de Goiás. “Foi quando eu mudei para Goiânia, para tentar fazer o ensino médio e estudar para os vestibulares mais concorridos”, explicou.

Porém, assim que chegou na capital, ela começou a sentir fortes dores abdominais e cólicas fora do normal. Após consultar em um médico especializado no aparelho digestivo, a adolescente descobriu a condição médica.

“Eu acabei voltando para Piranhas, porque eu não tinha sequer condições de continuar estudando, sequer ia às aulas. Eu acabei perdendo todo aquele ano letivo e só consegui voltar no ano seguinte, com a doença mais estabilizada”.

Após esse forte abalo, a adolescente viu o sonho dela de cursar medicina ficar ainda mais distante. Lara ainda tinha que enfrentar constantes viagens de 4h entre Piranhas e Goiânia, para fazer o tratamento da doença.

Foi aí que a mãe dela, Rosilez Lemos, encontrou uma alternativa que pôde trazer de volta a esperança.

Ela passou a ser amparada pelo Núcleo de Atendimento Educacional Hospitalar (NAEH), uma iniciativa vinculada às Secretarias de Estado da Educação (Seduc) e da Saúde (SES), que oferece atendimento pedagógico para crianças, jovens e adolescentes em tratamento hospitalar ou em condições especiais de saúde.

Assim, Lara teve a oportunidade de receber auxílio de uma professora contratada pelo Estado, que trazia as matérias que foram repassadas em sala de aula, chegando até a aplicar provas domiciliares quando necessário.

“[Esse auxílio] foi primordial. Eu cheguei a ficar semanas sem ir na aula porque estava passando mal. Eu não teria conseguido concluir o ensino médio naquela época, sem esse apoio”, relembrou.

Após concluir essa etapa escolar, em 2017, a jovem ainda batalhou por algum tempo durante o cursinho, enfrentando as complicações da condição clínica.

“Eu pensei várias vezes em desistir. Como é que eu ia conseguir fazer uma faculdade se eu não conseguia nem ir às aulas? Tive que correr atrás de muita coisa, pegar reforço, precisei desse apoio a mais”, afirmou.

Atualmente matriculada em uma faculdade de medicina em Mineiros (GO) e com a doença melhor controlada, Lara vê um futuro mais brilhante à frente.

“Eu vim para Goiânia com a intenção de me tornar uma médica, que era um sonho muito longe, pouco palpável. Agora, eu consegui concluir o que eu tinha começado, com toda essa mudança que eu fiz. A sensação é de dever cumprido”, complementou.

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